Jornalista palestino é libertado por Israel e denuncia tortura e condições indescritivelmente duras
Segundo a Repórteres Sem Fronteiras, desde que começou a guerra, 38 jornalistas palestinos foram presos e 31 seguem detidos
O meio de comunicação The New Arab, radicado em Londres, anunciou, nesta terça-feira, a libertação de um dos seus jornalistas palestinos detidos por Israel desde dezembro, que afirmou ter sido torturado.
O repórter Dia Al-Kahlout, correspondente em Gaza do veículo pan-árabe, fazia parte dos diversos palestinos que as forças israelenses prenderam no início de dezembro no norte da Faixa de Gaza, e cujas imagens foram divulgadas por canais de televisão israelenses.
Nessas imagens, muito polêmicas, eles eram vistos de roupas íntimas, com os olhos vendados e vigiados por soldados israelenses. O Exército israelense alegou razões de segurança para justificar tais atos e apresentou os presos como combatentes do Hamas, algo que o movimento islamista palestino negou, denunciando uma "mentira".
Kahlout foi libertado na Faixa de Gaza, indicou o The New Arab, um portal de notícias que pertence ao Catar. O repórter, de 37 anos, disse ao veículo para o qual trabalha que sofreu com condições "indescritivelmente duras" desde "o momento" em que foi preso.
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Ele relatou que o pegaram e o torturaram. Segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), depois de sua prisão, o jornalista ficou preso por um tempo na prisão de Eshel, no sul de Israel, onde foi torturado.
"A RSF insta a libertação de todos os jornalistas presos e a proteção urgente de todos os jornalistas palestinos", disse Jonathan Dagher, responsável da RSF para o Oriente Médio, em um relatório publicado nesta terça-feira.
Segundo a RSF, desde que começou a guerra, desencadeada por um ataque de comandos islamistas do Hamas em Israel, 38 jornalistas palestinos foram presos e 31 seguem detidos.