condenação

Jornalista perseguido por Zambelli de arma em punho é condenado por difamação

A pena de oito meses de prisão foi convertida em serviços comunitários, mas Araújo também foi condenado a pagar multa

Luan foi ameaçado pela deputada com uma arma na véspera do segundo turno da eleição de 2022Luan foi ameaçado pela deputada com uma arma na véspera do segundo turno da eleição de 2022 - Foto: Reprodução/X

O jornalista Luan Araújo foi condenado por supostamente difamar a deputada Carla Zambelli (PL-SP) em uma coluna publicada na internet. A pena de oito meses de prisão foi convertida em serviços comunitários.

O advogado Renan Bohus, que representa o jornalista, informou que discorda da decisão e que vai recorrer. "Luan é jornalista e estava no exercício de sua profissão, usufruindo do direito constitucional à liberdade de expressão e liberdade de imprensa quando fez críticas ao segmento político do qual a deputada faz parte."

Luan foi ameaçado pela deputada com uma arma na véspera do segundo turno da eleição de 2022. A condenação não tem relação com a perseguição em si. O pano de fundo é um texto escrito pelo jornalista após o entrevero.

A coluna foi publicada no portal Diário do Centro do Mundo. Nela, Luan Araújo aborda a confusão com a deputada e afirma que ela mantém uma "seita de doentes de extrema direita que a segue incondicionalmente e segue cometendo atrocidades".
 

Em outro trecho, o jornalista afirma que Carla Zambelli é parte de uma "extrema direita mesquinha, maldosa e que é mercadora da morte". A publicação não está mais disponível. O texto foi removido por ordem judicial.

Para o juiz Fabricio Reali Zia, do Juizado Especial Criminal da Barra Funda, em São Paulo, as críticas "excederam os limites do razoável" e prejudicaram a imagem e a reputação da deputada. O magistrado também classificou a publicação como discurso de ódio

"O conteúdo não se ateve a críticas prudentes ('animus criticandi') ou a narrar fatos de interesse coletivo ('animus narrandi'), não consistindo em exercício regular do direito de informação", escreveu o juiz ao acrescentar que a publicação não tinha "qualquer conteúdo relevante de informação a não ser a ofensa pura e simples".

A sentença afirma ainda que, apesar da perseguição que o jornalista sofreu, "a ninguém é dado fazer justiça com as próprias mãos".

"O delito se consumou no exato momento em que a imputação chegou ao conhecimento de terceiros pela notícia publicada na internet", acrescentou o juiz.

Além dos serviços comunitários, o jornalista também foi condenado a pagar multa.

O processo sobre a perseguição tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) por causa do foro da deputada. Ela responde por porte ilegal de arma e constrangimento mediante uso de arma.

"A defesa do Luan discorda da sentença condenatória e vai recorrer, pois Luan jamais teve a intenção de difamar a Deputada Carla Zambelli, inclusive Luan é jornalista e estava no exercício de sua profissão, usufruindo do direito constitucional à liberdade de expressão e liberdade de imprensa quando fez críticas ao segmento político do qual a deputada faz parte.", disse o advogado que representa o jornalista.

Veja também

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela
Venezuela

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios
Queimadas

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios

Newsletter