Jornalista russa agredida na Chechênia está internada em Moscou em condição "difícil"
O governador russo e o líder da Chechênia, Ramzan Kadirov, afirmaram que os autores do crime devem ser identificados
Elena Milashina, jornalista russa premiada que foi agredida com extrema violência na Chechênia, está internada em um hospital de Moscou e seu estado é "difícil", informou nesta quarta-feira (5) o editor do jornal Novaya Gazeta, para o qual ela funciona.
Várias organizações de defesa da liberdade de imprensa e grupos de direitos humanos expressaram preocupação depois que Milashina foi espancada e ameaçada com uma arma quando atendeu na república russa do Caúcaso esta semana.
"Milashina está em um hospital de Moscou. O estado dela é, francamente, difícil: foi espancada com muita violência, agredida com um pedaço de pau", afirmou Dmitri Muratov, diretor do jornal Novaya Gazeta.
A Novaya Gazeta é uma das poucas publicações independentes da imprensa russa e Muratov foi um dos vencedores do Nobel da Paz em 2021.
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O jornal divulgou um vídeo de Milashina no hospital com a cabeça raspada e as mãos enfaixadas.
A organização Human Rights Watch denunciou que os agressores da repórter cortaram o cabelo e jogaram tinta verde na repórter.
O governador russo e o líder da Chechênia, Ramzan Kadirov, afirmaram que os autores do crime devem ser identificados.
Muratov disse que Milashina sofreu fraturas nos dedos e que os agressores exigiram a senha do telefone do jornalista
Elena Milashina publicou reportagens sobre os abusos contra os direitos humanos nesta região do Cáucaso, governada há vários anos por Kadirov.
Em fevereiro de 2022, um jornalista teve que fugir da Rússia, de acordo com a Novaya Gazeta, depois de ter sido ameaçado por Kadirov, que chamou de "terrorista".
Desde 2000, seis jornalistas ou colaboradores do Novaya Gazeta foram assassinados, incluindo a repórter Anna Politkóvskaya, que morreu na entrada do prédio em que morava em Moscou.