Jornalista ucraniano é condenado à revelia na Rússia
Além de ser acusado de defender o terrorismo e de pedir o assassinato de Putin e Lukashenko, Gordon foi acusado de espalhar "informações falsas"
Um tribunal russo condenou nesta segunda-feira (1º) um jornalista ucraniano à revelia a 14 anos de prisão por defender o terrorismo e apelar ao assassinato do presidente Vladimir Putin e do seu homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko.
A sentença contra Dmitry Gordon, de 56 anos, foi pronunciada por um tribunal militar em Moscou, informaram as agências de notícias russas Tass e Ria Novosti.
Gordon é dono de um portal de mesmo nome e de dois canais no YouTube com sete milhões de inscritos. O repórter é mais conhecido por suas entrevistas.
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Em 2020, a edição ucraniana da Forbes nomeou-o entre as 30 pessoas mais influentes do país e estimou a sua fortuna em cerca de 10 milhões de euros em 2019 (valor em cerca de 59,9 milhões de reais na cotação atual).
Além de ser acusado de defender o terrorismo e de pedir o assassinato de Putin e Lukashenko, Gordon foi acusado de espalhar "informações falsas", segundo a Ria Novosti, entre outros, quando afirmou em março de 2022 que soldados russos mataram civis e bombardearam edifícios residenciais.
Ele também é acusado de ter apelado aos Estados Unidos para que usassem armas nucleares contra a Rússia.
A Rússia é acusada de inúmeros crimes de guerra na Ucrânia, que nega sistematicamente. Vários altos funcionários russos, incluindo Vladimir Putin, o ex-ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, estão sujeitos a mandados de prisão emitidos pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra.
"É isso. Eles me condenaram. Como vou viver agora?" Gordon ironicamente postou em sua conta no Instagram nesta segunda-feira (1º).