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Equador

Jornalistas de TV do Equador recebem envelopes com explosivos

Um deles explodiu diante de um repórter, sem provocar-lhe ferimentos graves

Foto divulgada pela Polícia Nacional do Equador mostrando policiais coletando provas após a detonação de um dispositivo nas instalações do canal Ecuavisa em Guayaquil, Equador, em 20 de março de 2023Foto divulgada pela Polícia Nacional do Equador mostrando policiais coletando provas após a detonação de um dispositivo nas instalações do canal Ecuavisa em Guayaquil, Equador, em 20 de março de 2023 - Foto: Polícia Nacional do Equador / AFP

Jornalistas de três emissoras de televisão do Equador receberam, nesta segunda-feira (20), envelopes com pendrives carregados com explosivos, e um deles explodiu diante de um repórter, sem provocar-lhe ferimentos graves, informaram a polícia e os veículos de comunicação afetados

A emissora privada Ecuavisa alertou que seu jornalista Lenin Artieda recebeu um envelope com um pendrive e que, ao inseri-lo em um computador, "este explodiu".

Artieda, que trabalha em Guayaquil (sudoeste), "aparentemente sofreu algum problema na mão e escoriações leves no rosto, mas nada complexo", disse à imprensa o chefe nacional de Criminalística da Polícia, Xavier Chango.

Guayaquil, um dos principais portos de exportação de cocaína para a Europa, é o epicentro de disputas violentas entre gangues de narcotraficantes.

Jornalistas da TC Televisión (Guayaquil), e Teleamazonas (Quito) também receberam envelopes com pendrives que continham explosivos.

O Ministério Público reportou "a existência de [um] envelope-bomba" na emissora estatal TC Televisión, enquanto o canal privado Teleamazonas informou que recebeu "um USB com as mesmas caraterísticas" que o da Ecuavisa.

A ONG Fundamedios, que promove a liberdade de imprensa no país, explicou que "o mesmo modus operandi foi utilizado nos atentados".

"Chegaram envelopes com etiquetas com os nomes dos jornalistas Lenin Artieda, de Ecuavisa, Mauricio Ayora, de TC Televisión, Milton Pérez, de Teleamazonas. Dentro dos envelopes havia um pendrive", detalhou a Fundamedios em um comunicado.

O chefe policial comentou que a carga usada no dispositivo que explodiu na Ecuavisa poderia ser "RDX", "um explosivo de tipo militar".

A polícia informou sobre um possível quarto envelope com explosivos, mas não o confirmou.

Depois dos ataques, o MP abriu uma investigação por crime de terrorismo, que é punido com até 13 anos de prisão.

O governo, por sua vez, manifestou-se através de um comunicado da Secretaria-Geral de Comunicação (Segcom). "O governo nacional rechaça de forma categórica todo tipo de ato violento perpetrado contra jornalistas e meios de comunicação", diz a nota.

Já o Comitê Permanente pela Defesa dos Direitos Humanos de Guayaquil expressou preocupação pelos "ataques contra jornalistas" no contexto da insegurança crescente no país.

No ano passado, o canal RTS foi atacado com disparos e, em 2020, um artefato explodiu nas instalações da estação televisiva Teleamazonas.

O Equador vivencia atualmente uma forte onda de violência que cresceu juntamente com as apreensões de drogas. Além disso, o índice de mortes violentas passou de 14 para cada 100 mil habitantes em 2021 para 25 por 100 mil em 2022.

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