Jovem austríaco morto perto do consulado israelense em Munique não mostrava sinais de perigo
De origem bósnia, o jovem tinha viajado para Munique, onde foi morto pelas autoridades depois de disparar vários tiros contra agentes da polícia
O jovem austríaco que foi morto na quinta-feira (5) enquanto se preparava para cometer um "atentado terrorista" contra o consulado israelense em Munique não apresentava sinais de perigo, apesar das suspeitas de radicalização, segundo as autoridades do país alpino.
Uma "revista completa" foi realizada em sua casa na região de Salzburgo na noite de quinta-feira e, até agora, "nenhuma arma ou material de propaganda do grupo Estado Islâmico (EI) foi encontrada", disse Franz Ruf, diretor-geral de Segurança Pública, durante uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (6) em Viena.
"Dispositivos de armazenamento de dados" (dispositivos eletrônicos, memórias USB etc) foram confiscados e estão sendo analisados.
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Apesar da proibição de porte de armas em vigor até 2028, o jovem de 18 anos adquiriu na quarta-feira, um dia antes dos fatos, uma "arma de categoria C", uma carabina de modelo antigo, equipada com baioneta e "cerca de cinquenta balas" pela quantia de 444 dólares (2.488 reais).
Seus "pais compareceram à polícia na manhã de quinta-feira para informar que seu filho não havia chegado ao trabalho", acrescentou Ruf.
De origem bósnia, o jovem tinha viajado para Munique, onde foi morto pelas autoridades depois de disparar vários tiros contra agentes da polícia que guardavam edifícios sensíveis, incluindo o consulado-geral de Israel.
A polícia alemã descreveu o ataque como um "atentado terrorista", realizado no dia do sequestro mortal de atletas israelenses durante os Jogos Olímpicos de 1972.
O atirador já havia sido identificado no passado por brigas com colegas de classe que resultaram em ferimentos físicos, segundo o Ministério Público de Salzburgo.
Os investigadores descobriram em 2023 "três vídeos" gravados dois anos antes que mostravam cenas de um jogo "com conteúdo islamista".
Em um deles ele usou "um avatar e uma bandeira da Frente Al Nosra", um grupo jihadista ativo na Síria também conhecido como Hayat Tahrir al Sham (HTS), explicou Ruf.
No entanto, "a investigação não conseguiu demonstrar que o acusado compartilhou os vídeos com outras pessoas nem comprovou a intenção de realizar um ataque", uma vez que o jovem não tinha qualquer relação com círculos islamistas, afirmaram os procuradores em comunicado. O caso foi aberto em abril de 2023.