Jovem russo é internado em hospital psiquiátrico por oposição à guerra na Ucrânia
O estudante de 19 anos foi condenado por divulgar "informações falsas" sobre o Exército
A Justiça Russa confirmou nesta terça-feira(11) a internação em um hospital psiquiátrico de um estudante de 19 anos condenado por divulgar "informações falsas" sobre o Exército, informou o veículo de comunicação de oposição SOTA.
“O Tribunal Regional de Moscou aprovou a decisão de internar Maxime Lypkan em um hospital psiquiátrico para tratamento compulsório”, confirmando uma decisão anterior, escreveu a SOTA nas redes sociais.
O caso de Maxime Lypkan deu muito que falar na Rússia há alguns meses. O estudante tinha 18 anos na época e se tornou a pessoa mais jovem acusada de espalhar "informações falsas" sobre os militares militares em seus canais do Telegram e do YouTube.
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Segundo uma lei aprovada após a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, a pena para este tipo de crime é de até 10 anos de prisão.
O julgamento começou em novembro nos arredores da capital russa, mas a primeira audiência ocorreu a portas fechadas e sem o acusado, que já tinha sido internado em um centro de psiquiatria a pedido da Justiça.
Em fevereiro de 2024, o tribunal que julgou Lypkan anunciou o fim do processo judicial.
"Segundo um perito (médico forense), (Lypkan) foi declarado relativamente incapaz de responder suas ações", disse então à AFP seu advogado, Alan Katchmazov.
Antes de ser detido, o jovem planejou um ato de protesto, que chamou de “Um Ano Infernal”, no primeiro aniversário da operação russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2023. As autoridades de Moscou proibiram uma manifestação.
Maxime Lypkan respondeu denunciando à Câmara Municipal de Moscou, sem sucesso.
"Fiquei tão afetado pelo que aconteceu às vítimas ucranianas em Kharkiv, Bucha e outras cidades da Ucrânia que decidiram protestar ativamente", disse em entrevista à Radio Free Europe, um meio de comunicação financiado pelos Estados Unidos.
Nos tempos da União Soviética, muitos dissidentes foram internados em hospitais psiquiátricos. Os atuais opositores russos temem que o governo restabeleça esta prática.