Juiz de tribunal nos EUA suspende temporariamente ordem de silêncio contra Trump
Trump foi acusado em Washington por supostamente tentar mudar os resultados das eleições de 2020
Um juiz de um tribunal de apelações nos Estados Unidos ordenou nesta quinta-feira (16) uma suspensão temporária sobre a restrição de comentários imposta ao ex-presidente Donald Trump no âmbito de seu julgamento civil por fraude em Nova York.
O magistrado David Friedman emitiu uma suspensão provisória da ordem de silêncio imposta por outro juiz, que preside o julgamento por fraude empresarial contra o ex-mandatário.
Em 3 de outubro, o juiz Arthur Engoron impôs esta restrição a Trump, depois que o ex-presidente insultou uma funcionária do tribunal em um comentário publicado em sua plataforma Truth Social.
Além disso, Engoron o multou em 15.000 dólares (pouco mais de R$ 72.000, na cotação atual), no total, por duas violações à essa restrição.
Os advogados de Trump apresentaram um recurso alegando que a ordem de silêncio parcial violava seu direito à livre expressão, por isso o juiz Friedman ordenou a suspensão enquanto aguarda a realização de uma audiência.
"Tendo em conta os direitos constitucionais e legais em questão, concede-se a suspensão temporária", escreveu o juiz de apelação.
Trump, favorito para a indicação republicana para as eleições presidenciais de 2024, e seus dois filhos mais velhos são acusados de inflar o valor de propriedades e ativos para conseguir crédito e seguros em termos mais favoráveis.
O juiz federal que preside outro julgamento contra Trump - por conspiração para anular os resultados das eleições presidenciais de 2020 e que está previsto para março em Washington - também lhe impôs uma ordem de silêncio. Contudo, esta também acabou suspensa à espera de uma audiência no tribunal de apelações marcada para a segunda-feira.
No mês passado, a juiz de distrito Tanya Chutkan ordenou a Trump que se abstenha de atacar publicamente promotores, funcionários da Justiça e potenciais testemunhas antes de seu julgamento.
A decisão de Chutkan ocorreu depois que o procurador especial Jack Smith, alvo frequente da ira de Trump, apresentou uma moção argumentando que a retórica incendiária de Trump ameaçava minar seu julgamento.
Trump foi acusado em Washington por supostamente tentar mudar os resultados das eleições de 2020 em um esforço coordenado que levou à invasão de 6 de janeiro de 2021 por parte de seus seguidores no Capitólio.
Trump também enfrenta acusações federais pelo suposto mau manuseio de documentos altamente sigilosos após deixar a Casa Branca, e também responde no estado da Geórgia (sul) por tentativa de anular o resultado das eleições em 2020.