Juiz mantém prisão de 'ex-tio' acusado de matar menina com mais de 30 facadas: "Assassinato brutal"
Edilson Amorim dos Santos confessou o crime em delegacia
O juiz manteve a prisão de Edilson Amorim dos Santos, suspeito pela morte de Sophia Ângela Veloso da Silva, de 11 anos, assassinada com mais de 30 facadas na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Ele foi preso na madrugada dessa terça-feira (28), após ser reconhecido pelo pai da menina, Paulo Sérgio da Silva, em imagens de câmeras de segurança, e confessado o crime. Na audiência de custódia, que aconteceu na tarde desta quarta-feira, o juiz Alex Quaresma Ravache considerou que neste momento inicial "a liberdade do custodiado representa extremo perigo à sociedade".
"Os elementos do APF demonstram que o custodiado praticou um assassinato brutal, causando intenso sofrimento e tirando a vida de uma criança, o que indica a necessidade de sua prisão cautelar", ressalta o magistrado em audiência de custódia. Para o juiz, "os fatos narrados revelam a gravidade concreta do delito".
Após notar o desaparecimento da filha, Paulo Sérgio foi à rua em busca de seu paradeiro e, no caminho, pediu para assistir a gravações de câmeras de segurança de alguns estabelecimentos, e identificou Edilson Amorim dos Santos.
Na filmagem, datada do dia 27 de maio, é possível ver Sophia usando uniforme, chinelos brancos e mochila nas costas. O horário, por volta das 7h, indica que ela foi abordada pelo homem quando estava a caminho da escola.
Edilson Amorim dos Santos Filho, o Júnior, é ex-cunhado de Paulo Sérgio, irmão de uma ex-companheira muito próxima a Sophia. O pai suspeita que o abusador tenha atraído a atenção da menina manipulando essa relação de carinho entre as duas.
Leia também
• Gean Carlos, jovem morto a facadas na avenida Guararapes, após um assalto, é homenageado na UFRPE
• Polícia prende jovem por matar padrasto a facadas e decepar mãos da vítima
Ele foi autuado em flagrante pelos crimes de homicídio qualificado, estupro de vulnerável e ocultação de cadáver, e aguarda decisão da audiência de custódia, prevista para esta quarta-feira.
Desaparecimento de Sophia
Paulo Sérgio saiu em busca da filha por volta das 15h de segunda-feira. A menina havia saído às 7h para a Escola Municipal Belmiro Medeiros, na companhia de amigas, e não foi mais vista. No início, a família acreditou que o desaparecimento havia acontecido quando a menina retornava para casa, mas a escola informou que ela não chegou a comparecer. Com as gravações das câmeras de segurança, ficou comprovado que ela foi abordada pelo abusador a caminho do lugar.
Júnior foi encontrado pela polícia na madrugada de terça-feira, na casa da mãe. Ele foi detido e levado para a 37ªDP (Ilha do Governador), onde confessou o crime e afirmou ter passado "a mão na vítima". Ele contou que matou a menina para evitar que ela contasse o crime para alguém.
A arma usada por ele foi uma faca, apreendida pela polícia na casa dele, onde também foram encontrados vestígios de sangue no banheiro. No depoimento, ele disse ter usado um carrinho de obras para carregar o corpo de Sophia.
A menina foi encontrada na manhã desse mesmo dia, em uma compactadora da Comlurb, na Avenida Paranapuã, na Ilha do Governador. O corpo estava enrolado em uma lona azul, as mãos e os pés amarrados com fios elétricos, e com ao menos 35 golpes de faca.
Segundo a polícia, o acusado planejou de forma fria como ocultou o corpo.
"Após o crime, de forma fria, planejou como ocultaria o corpo e decidiu dispensá-lo em uma caçamba de lixo para garantir sua impunidade pelos crimes, já que o lixo daquela caçamba seria triturado na usina do Caju e seria muito difícil a sua localização e identificação".
Outras vítimas
O delegado Felipe Santoro, titular da 37ª DP (Ilha do Governador), afirmou que outras vítimas de Edilson prestaram queixa após o crime contra Sophia vir à tona. Todos os relatos, segundo ele, serão investigados.
De acordo com o G1, uma sobrinha de Edilson afirmou na delegacia ter sido abusada por ele há seis anos, quando ela tinha 16. Na época, como narrou ao site, o crime não foi registrado porque a mãe dela decidiu preservar a avó, que era uma pessoa de idade.