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Caso Odebrecht

Juiz ordena prisão de principal testemunha em escândalo da Odebrecht no México

Um juiz mexicano ordenou nesta quarta-feira a prisão do ex-diretor da estatal Pemex Emilio Lozoya, principal testemunha no escândalo

Sede da OdebrechtSede da Odebrecht - Foto: Reprodução

Um juiz mexicano ordenou nesta quarta-feira a prisão do ex-diretor da estatal Pemex Emilio Lozoya, principal testemunha no escândalo de subornos da brasileira Odebrecht no México, informou uma fonte judicial.

O magistrado revogou a medida de liberdade condicional, acatando um pedido nesse sentido feito pelo Ministério Público, que alertou para o risco de fuga do ex-funcionário, informou o Judiciário.

Lozoya, 46, que dirigiu a Pemex entre 2012 e 2016, foi capturado na Espanha em fevereiro de 2020 e extraditado para o México em julho do mesmo ano. Ele havia conduzido seu processo com medidas cautelares como parte de um acordo com o Ministério Público em troca de depor contra outros supostos envolvidos, entre eles o ex-presidente Enrique Peña Nieto (2012-2018).

Em declaração de agosto de 2020 vazada à imprensa por fontes judiciais, o ex-diretor da Pemex afirmou que seguiu instruções de Peña Nieto e do ex-secretário da Fazenda e ex-chanceler Luis Videgaray para administrar subornos que acabaram financiando a campanha para a presidência.

Em audiência realizada nesta quarta-feira, o Ministério Público considerou que Lozoya “não cumpriu os requisitos para obter um critério de oportunidade” (colaborador) e pediu a prisão preventiva do mesmo, por "existir risco de fuga”.

O MP confirmou as acusações de uso de recursos de procedência ilícita, associação criminosa e corrupção ativa contra o ex-diretor, que pode ser condenado a até 30 anos de prisão.

Durante a audiência, de acordo com a fonte judicial, Lozoya "disse que é inocente e que estão chegando a um acordo para reparar o dano", mesmo que ele "não tenha tido responsabilidade".

Lozoya, que era amigo e colaborador próximo de Peña Nieto, é o funcionário de mais alto escalão no México citado no escândalo de subornos da Odebrecht, que teceu uma rede de propinas na América Latina em troca de contratos. Não foram chamados para depor nem o ex-presidente, nem Luis Videgaray, que comandou a campanha presidencial e negou as acusações.

No fim da audiência, Manuel Ontiveros, advogado de defesa, disse que Lozoya, que ficará em uma prisão da capital, recebeu a decisão com tranquilidade. Ele assinalou que a defesa buscará reformular o acordo de colaborador e obter novamente a liberdade condicional.

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