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Juízes repreendem Pedro Sánchez por suas críticas

Sánchez criticou posição do Tribunal Superior de Justiça de Madri que convocou sua esposa para depor como investigada em um suposto caso de corrupção e tráfico de influência

Primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez, vota para as eleições para o Parlamento Europeu Primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez, vota para as eleições para o Parlamento Europeu  - Foto: Pierre-Philippe Marcou/AFP

O órgão que representa os juízes espanhóis repreendeu, nesta segunda-feira (10), o presidente de Governo, o socialista Pedro Sánchez, por suas críticas depois que sua esposa foi convocada para depor como investigada em um suposto caso de corrupção e tráfico de influência.

"As resoluções judiciais, apesar de estarem sujeitas à crítica moderada e racional (...) merecem o máximo respeito de todos e, de maneira especificamente comprometida, aqueles que estão à frente das instituições, sem nenhuma exceção", indicou em um comunicado o Conselho Geral do Poder Judiciário (CGPJ), órgão responsável por nomear os juízes.

Sánchez fez "uma avaliação política das ações de um juiz de instrução", contínua, antes de fazer um chamado "à moderação" e evitou "qualquer tipo de julgamento de interesses que apenas contribui para a flexibilidade das instituições e, definitivamente, da democracia constitucional onde a independência judicial é um dos seus pilares fundamentais".

O Tribunal Superior de Justiça de Madri anunciou na terça-feira que Begoña Gómez, esposa de Sánchez, foi convocada para prestar esclarecimentos em 5 de julho no marco da investigação por corrupção e tráfico de influência que vem sendo realizada contra ela desde abril.

Em uma carta publicada na rede social X, Sánchez criticou essa decisão, ao considerar "estranho" que o tribunal tenha anunciado a poucos dias a realização de eleições europeias, que ocorreram no domingo passado.

“Habitualmente, segue-se a regra não escrita de não tomar decisões suscetíveis de condicionar o desenvolvimento normal de uma campanha eleitoral e (...) neste caso, fica evidente que essa prática não foi respeitada”, escreveu o presidente do Governo.

Após o anúncio de que essa investigação havia sido aberta, Sánchez chegou a anunciar no final de abril, para surpresa de todos, que considerava renunciar, algo que acabou não fazendo.

As investigações foram abertas diante de uma denúncia de um coletivo próximo de extrema direita, Mãos Limpas, que foi admitido com base apenas em artigos da imprensa.

O caso se concentra no apoio de Gómez, por meio de cartas de recomendação, um empresário que ganhou licitações públicas no valor de 10 milhões de euros (57 milhões de reais)

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