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Alec Baldwin

Julgamento de Alec Baldwin é interrompido e defesa alega que autoridades "esconderam evidências"

Ator estava com um revólver durante uma gravação, quando a arma disparou uma bala que matou a diretora de fotografia

Alec BaldwinAlec Baldwin - Foto: AFP / Santa Fe County Sheriff's Office / HANDOUT

O julgamento de Alec Baldwin por homicídio involuntário após o fatal disparo no set de "Rust" foi suspenso na sexta-feira pela juíza do caso, após uma moção da defesa acusando o estado de suprimir evidências, colocando o caso em questão.

Baldwin estava manuseando um revólver durante um ensaio trágico em outubro de 2021 no Rancho Bonanza Creek, no Novo México, quando a arma disparou uma bala que matou a diretora de fotografia do filme, Halyna Hutchins, e feriu o diretor.

"Este caso deve ser arquivado, vossa excelência", afirmou Luke Nikas, advogado de Baldwin no terceiro dia de julgamento no tribunal de Santa Fé, no sudoeste dos Estados Unidos.

Os advogados de Baldwin argumentam que lhes foi ocultado um conjunto de balas entregue às autoridades em março, mais de dois anos após a morte de Halyna Hutchins no set de "Rust".

A juíza Mary Marlowe Sommer conduziu a tensa audiência que durou pouco mais de uma hora e decidiu enviar o júri para casa para discutir a moção, interrogando uma perita criminal e uma detetive que trabalharam no caso, além de Seth Kenney, fornecedor de armas de cena de "Rust".

A questão surgiu na quinta-feira enquanto Alex Spiro, um dos advogados de Baldwin, interrogava a perita forense Marissa Poppell, que confirmou ter recebido o conjunto de balas de um ex-policial e tê-las classificado, sob ordens superiores, fora do registro do caso, sem enviá-las ao FBI para exames.

Mas, questionada pela promotora Kari Morrissey, Poppell afirmou que as balas não correspondiam à munição real encontrada no set de "Rust", o que parecia encerrar o assunto.

No entanto, durante a moção, Poppell foi chamada de volta ao tribunal nesta sexta-feira, agora com as balas para serem examinadas pela juíza Sommer, assim como pela promotoria e pela defesa, que pediu que fossem incluídas como evidência no caso.

A narrativa da defesa de Baldwin nos dois primeiros dias de julgamento foi que a polícia não investigou o caso de forma adequada e se apressou em focar em Baldwin.

"Um plano perfeito"

Nesta sexta-feira, Spiro argumentou que os investigadores "enterraram" evidências ao não apresentar o conjunto de balas.

Spiro já havia mencionado em seus argumentos iniciais na quarta-feira que, durante a perícia, o FBI danificou irreparavelmente o revólver que causou a morte de Hutchins.

Segundo o advogado, isso impediu a verificação da versão de Baldwin, questionada pelas autoridades: que a arma disparou sem que ele apertasse o gatilho.

"Foi um plano perfeito", disse Spiro nesta sexta-feira, insinuando que a destruição da arma e a supressão de evidências foram intencionais para prejudicar seu cliente.

Baldwin, vestido com terno escuro e óculos de armação grossa, observava a discussão com expressão tensa e braços cruzados, enquanto sua esposa, Hilaria, e seus irmãos, Stephen e Beth, faziam o mesmo na parte de trás da corte.

O ator de 66 anos enfrentava uma pena de até 18 meses de prisão se fosse considerado culpado, mas a moção desta sexta-feira poderia encerrar o julgamento.

A investigação do caso nunca esclareceu como as balas reais, encontradas no carrinho de utilidades, na caixa de balas e em cartucheiras pertencentes a Baldwin e a outro ator, foram parar no set de filmagem, algo proibido pelos padrões da indústria.

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