Julgamento de apelação do chileno Nicolás Zepeda por assassinato é adiado
O chileno é acusado do assassinato de sua ex-namorada japonesa Narumi Kurosaki
O julgamento da apelação do chileno Nicolás Zepeda na França pelo assassinato de sua ex-namorada japonesa Narumi Kurosaki foi adiado para uma sessão de audiência criminal "posterior", anunciou nesta quinta-feira (23) o presidente do tribunal penal de Vesoul (leste), François Arnaud.
Arnaud não detalhou nenhuma data precisa. Os novos advogados do chileno, Renaud Portejoie e Julien Dreyfus, nomeados pelo réu na terça-feira, quando começou o julgamento, solicitaram o adiamento do julgamento para estudar o caso e e preparar melhor a defesa.
Os dois advogados haviam declarado que seria "impossível" defender Zepeda se o processo não fosse adiado.
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Segundo Portejoie, ele precisaria "entre 300 e 400 horas" para estudar o arquivo, de cerca de 20 mil páginas.
O julgamento da apelação de Zepeda começou na última terça-feira em um tribunal em Vesoul, no leste da França. No entanto, logo após o início da audiência, François Arnaud indicou que o advogado Antoine Vey - que deveria representar Zepeda - o informou dias antes que estava desistindo do caso porque seu cliente o recusou.
Mas nesta quinta-feira, Renaud Portejoie deu outra versão, afirmando que o chileno "nunca" recusou Vey, e que - segundo lhe tinha dito o seu cliente - esperava até terça-feira que Vey o atendesse.
O próprio Zepeda, de 32 anos, falou em tribunal nesta quinta-feira e garantiu que a demissão de Vey "não foi planeada" e que ele "está preparado" para o julgamento.
"Fiz tudo o que tinha que ser feito da minha parte, mas não posso assumir o papel de advogado porque não sou advogado", declarou em francês o réu, que usava uma camisa xadrez escura.
O promotor, Étienne Manteaux, havia exigido que a petição fosse rejeitada, chamando Zepeda de "mentiroso", acusando-o de "ajustar os tempos" e "assumir o controle" do tribunal. "Nicolás Zepeda não é a vítima", sublinhou.
A advogada que representa os familiares de Kurosaki, Sylvie Galley, afirmou entender a necessidade de o acusado ter uma defesa justa, mas denunciou uma "instrumentalização da justiça" por parte do acusado e lembrou ao tribunal o "sofrimento" dos familiares da vítima.
Randall Schwerdorffer, advogado de uma das partes civis, afirmou que "entende" o pedido de adiamento, e sustentou que quer "um verdadeiro julgamento (...) e não uma execução de Nicolás Zepeda".