Julgamento do acusado de jogar carro em árvore para matar ex-esposa deve se estender até terça (11)
Ao longo da manhã e no início da tarde, testemunhas de acusação foram ouvidas e inquiridas pelas duas partes
O primeiro dia de julgamento de Guilherme José Lira dos Santos, acusado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) de jogar carro em árvore para matar a ex-exposa, Patrícia Cristina Araújo dos Santos, segue na tarde desta segunda-feira (10).
O caso aconteceu em novembro de 2018, na rua Fernandes Vieira, no bairro da Boa Vista, área central do Recife. A mulher de 46 anos estava no banco do passageiro quando o veículo colidiu. Patrícia faleceu, e o condutor teve ferimentos leves. Após o ocorrido, Guilherme foi preso.
Ao longo da manhã e no início da tarde, testemunhas de acusação foram ouvidas e inquiridas pelas duas partes. A primeira foi Tereza Araújo, mãe da vítima; a segunda foi o irmão de Patrícia, Fernando Araújo Vanderlei, e, em seguida, foi ouvida uma amiga da vítima.
Às 15h04, a juíza Fernanda Moura, responsável pela condição do julgamento, determinou que as oitivas fossem interrompidas para um intervalo. O julgamento retornou às 16h30.
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Durante o intervalo, Ana Clezia Ferreira, promotora do MPPE, que acusa Guilherme José de Lira, fez um balanço sobre os primeiros depoimentos. De acordo com ela, o Ministério Público sustentará em plenário o homicídio triplamente qualificado.
"Há um conjunto farto e sólido de provas, mas que o corpo de jurados, que é a sociedade recifense, vai ouvir, analisar, e decidir. Foram ouvidas testemunhas repetidas em plenário extremamente esclarecedores e coerentes com o que já haviam dito desde o inquérito policial, na fase de instrução, sem nenhuma contradição que traga nenhum prejuízo para o que o Ministério Público de Pernambuco tem trazido", afirmou a promotora.
Após o intervalo, foi ouvida a penúltima testemunha do MPPE. Nesta terça-feira (11), serão ouvidos a última testemunha do MPPE, a deputada estadual Dani Portela, que era amiga da vítima; três testemunhas de defesa; dois informantes - que não prestam compromisso de dizer a verdade -; peritos e o réu. Após isso, o julgamento segue com o debate e o conselho de sentença. Nesta segunda, o júri foi suspenso às 19h30. O pleno retornará na manhã de terça, às 9h.
Penúltima testemunha do MPPE
Após o intervalo, Alexandre de Oliveira Luna, que teve um relacionamento com a vítima, foi ouvido. Segundo Alexandre, os dois trabalhavam juntos na mesma empresa e tinham uma relação profissional.
Em uma viagem a São Paulo, estreitaram o relacionamento, na metade de 2016. Ele afirmou que Patrícia não usava aliança e dizia que o relacionamento com o acusado já mostrava sinais de esgotamento. Os dois eram casados.
O acusado descobriu o relacionamento dos dois e, segundo a testemunha, ameaçou, por ligação, matar ele e as suas duas filhas. Na ocasião, Patrícia estava dormindo, e Guilherme teria acessado o celular dela sem permissão.
Após a separação de Patrícia e Guilherme, a testemunha e a vítima continuaram o relacionamento. Quando Patrícia faleceu, os dois estavam se relacionando.
De acordo com Alexandre, Patrícia falava dos momentos de convivência e da admiração pelos filhos. Além de comentar dos familiares com bastante carinho e preocupação.
Segundo a testemunha, a única coisa que Patrícia ocultou dele foi a relação difícil que tinha com o ex-marido, mesmo que, em algumas situações, deixasse transparecer a apreensão.
Após as perguntas da acusação, foi a vez da defesa realizar questionamentos à testemunha. O depoimento foi finalizado às 19h30.
O júri popular acontece na 1ª Vara do Tribunal do Júri Popular da Capital, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, em Ilha Joana Bezerra, no Recife.