Julgamento pelo assassinato de candidato presidencial do Equador
Candidato foi alvo de tiros enquanto deixava um comício em Quito,
O julgamento de cinco supostos assassinos do candidato presidencial equatoriano Fernando Villavicencio em agosto passado começou nesta terça-feira (25) em Quito, informou o Ministério Público.
A audiência, na qual está sendo julgado o líder de uma célula da poderosa gangue narcotraficante Los Lobos, ocorre no Complexo Judicial Norte.
Foram apresentados depoimentos de peritos que examinaram os cadáveres do político e do pistoleiro que efetuou os disparos e morreu em um confronto posterior com guarda-costas.
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Em 9 de agosto de 2023, atiradores colombianos assassinaram Villavicencio, um jornalista investigativo que havia revelado vários escândalos de corrupção envolvendo altas autoridades governamentais.
O candidato foi alvo de tiros enquanto deixava um comício em Quito, às vésperas das eleições antecipadas nas quais era favorito.
Seis pessoas inicialmente presas pelo crime foram assassinadas na prisão. Posteriormente, o MP deteve outras sete, das quais uma foi absolvida e outra morreu. Entre os detidos está Carlos A., apontado como líder de uma célula da Los Lobos na capital equatoriana.
A acusação divulgou o depoimento antecipado da testemunha José A., que relatou como foi a participação de Carlos A., conhecido como "El Invisible", no crime, no qual também teria participação o governo do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017).
"Aquela cabeça valia 200 mil dólares, o governo de Rafael C. mandou fazer", disse a testemunha José A., segundo divulgou o MP.
Ainda segundo a acusação, "El Invisible" estava "recluso no Centro de Privación de Libertad (CPL) Cotopaxi" no dia do assassinato. "Através de um celular, ele deu a ordem para Johan C. [suposto atirador que morreu] executar os disparos."
Dias antes de sua morte, Villavicencio havia denunciado que estava sendo ameaçado por Adolfo "Fito" Macías, chefe de uma das principais organizações criminosas do país e que em janeiro fugiu de uma prisão em Guayaquil (sudoeste), onde cumpria 34 anos de prisão por crimes como organização criminosa, narcotráfico e assassinato. O criminoso ainda não foi recapturado.