Julian Assange poderá se casar na prisão, diz sua companheira
O governo dos EUA acusa o australiano de 50 anos de espionagem e o vazamento de mais de 700.000 documentos confidenciais, crimes pelos quais ele pode ser condenado a até 175 anos de prisão
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, pode se casar na prisão em que está detido nos arredores de Londres, onde aguarda a decisão sobre sua extradição para os Estados Unidos, segundo sua companheira Stella Moris.
"Boas notícias: o governo do Reino Unido recuou 24 horas antes do prazo. Julian e eu temos permissão para nos casar na prisão de Belmarsh", tuitou a advogada sul-africana, que teve dois filhos com Assange enquanto ele esteve refugiado na embaixada do Equador em Londres.
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"Estou aliviada, mas continuo revoltada, porque uma ação legal foi necessária para impedir a interferência ilegal em nosso direito básico de casamento", acrescentou ela.
Nos últimos dias, Moris apresentou uma ação contra a recusa das autoridades em permitir a união. A data do casamento ainda não foi marcada.
Também não há data para a decisão do tribunal britânico sobre o recurso dos EUA contra a recusa do Reino Unido em extraditar Assange, apresentado em janeiro.
A justiça britânica rejeitou em primeira instância o pedido de extradição de Washington, alegando um possível suicídio.
No final de outubro, a Suprema Corte de Londres considerou o recurso de Washington.
O governo dos EUA acusa o australiano de 50 anos de espionagem e o vazamento de mais de 700.000 documentos confidenciais, crimes pelos quais ele pode ser condenado a até 175 anos de prisão.
Ele foi preso pela polícia britânica em abril de 2019, depois de passar sete anos na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou quando estava em liberdade sob fiança.
Ele temia a extradição para os Estados Unidos ou a Suécia, que o denunciou por estupro, acusação que já foi retirada.