alimentação

Ultraprocessados: "junk food" pode corroer seriamente a memória; entenda

Estudo de Harvard mostra que o consumo de uma quantidade modesta de alimentos processados já aumenta o risco de declínio cognito e AVC

Pesquisa mostrou que consumo de ultraprocessados também pode comprometer memóriaPesquisa mostrou que consumo de ultraprocessados também pode comprometer memória - Foto: Freepik

Novo estudo realizado por pesquisadores do Massachusetts General Hospital, ligado à Universidade Harvard, mostra que consumir uma quantidade modesta de alimentos ultraprocessados já aumenta o risco de problemas de memória e derrame. Esses alimentos geralmente contêm aditivos como açúcar, gordura e sal para realçar o sabor e a textura e são pobres em proteínas, fibras, vitaminas e minerais e, em vez disso, carregados com adição de gorduras saturadas.

O consumo de uma dieta rica nesse tipo de alimento tem sido associado a vários problemas de saúde, incluindo obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes e agora, como sugere um estudo recente, potencial declínio cognitivo e aumento do risco de acidente vascular cerebral (AVC).

O estudo acompanhou 30.239 pessoas com 45 anos ou mais, por uma média de onze anos. Os participantes foram divididos em quatro grupos com base na ingestão de alimentos processados, calculada como uma porcentagem de sua dieta diária. Do total de participantes: 14.175 foram avaliados quanto ao declínio cognitivo, sem histórico de comprometimento cognitivo no início do estudo e 20.243 foram avaliados quanto ao risco de AVC, sem histórico de AVC no início do estudo.

Os pesquisadores ajustaram vários fatores de risco, como idade, sexo e pressão alta, ao analisar os dados. Os resultados do estudo publicado na revista científica Neurology descobriu que um aumento de 10% no consumo de alimentos ultraprocessados foi associado a um risco 16% maior de comprometimento cognitivo.

A maior ingestão de alimentos ultraprocessados também foi associada a um aumento de 8% no risco de AVC, com efeito mais pronunciado entre os participantes negros (aumento relativo de 15% no risco).

Por outro lado, ingerir mais alimentos frescos ou minimamente processados foi associado a um risco 12% menor de comprometimento cognitivo e a uma redução de 9% no risco de AVC.

“Nossas descobertas mostram que o grau de processamento dos alimentos desempenha um papel importante na saúde geral do cérebro”, disse a médica W. Taylor Kimberly, líder da pesquisa, em comunicado.

“É necessária mais investigação para confirmar estes resultados e para compreender melhor quais os componentes alimentares ou de processamento que mais contribuem para estes efeitos.”

Embora o estudo não comprove uma relação causal entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o declínio cognitivo ou o risco de acidente vascular cerebral, destaca a importância de uma dieta saudável na manutenção da saúde do cérebro à medida que envelhecemos.

É mais uma razão para incorporar mais alimentos integrais, como cortes simples de carne, vegetais e frutas, em sua dieta diária.

Veja também

Crise climática e conflitos ameaçam luta contra doenças
Crise climática

Crise climática e conflitos ameaçam luta contra doenças

Internações por doenças respiratórias aumentam quase 28%
Doenças respiratórias

Internações por doenças respiratórias aumentam quase 28%

Newsletter