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Júri dos acusados de matar promotor de Itaíba começa nesta segunda

Thiago Faria Soares foi assassinado em outubro de 2013

Após mais de três anos da morte do promotor de Justiça Thiago Faria Soares, quatro dos cinco acusados pelo crime passam por júri popular. José Maria Pedro Rosendo Barbosa, José Maria Domingos Cavalcante, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva serão julgados nesta segunda-feira (24) pelo Tribunal do Júri Federal. O início do procedimento está marcado para as 9h na Justiça Federal, situada no Jiquiá, Zona Oeste do Recife.

O quinto acusado Antônio Cavalcante Filho, irmão de José Maria Cavalcante, está foragido da Justiça Federal, portanto não será julgado com os demais. Os réus estão em regime de reclusão: os três primeiros estão detidos no Centro de Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife; José Marisvaldo, conhecido como Passarinho, no Complexo Prisional do Curado.

Os imputados respondem pelo crime de homicídio doloso contra a vítima e por tentativa de homicídio contra a advogada Mysheva Freire Ferrão Martins, namorada de Thiago Faria, e do tio dela, Adauto Martins. Ambos estavam no carro do promotor, na rodovia PE-300, a caminho de Itaíba.

Apesar de o juízo estar vinculado à 36º Vara Federal Judiciária de Pernambuco, a juíza federal responsável será Amanda Torres de Lucena Diniz Araújo, titular da 4ª Vara. Os procuradores federais responsáveis pela acusação são Alfredo Falcão Jr., Luís Vicente Queiroz, Bruno Costa Magalhães e Ubiratan Cazetta. O sorteio dos jurados que atuarão na sessão aconteceu no dia 12 de setembro de 2016, às 10h, na sala de audiências da 36ª Vara Federal, em que foram sorteados 25 jurados e mais 25 suplentes.

O crime
O crime ocorreu no dia 14 de outubro de 2013. Thiago Faria Soares estava acompanhado da namorada, a advogada Mysheva Freire Ferrão Martins, e do tio dela Adauto Martins. Eles seguiam pela rodovia PE-300 a caminho do município, quando foram abordados por homens armados. Os tiros atingiram Thiago, que morreu na hora. O veículo deles parou. O dos assassinos contornou a via e retornou para tentar assassinar tio e sobrinha, que escaparam com vida após se jogarem para fora do veículo, na estrada. A arma do crime nunca foi encontrada.

De acordo com o advogado de Mysheva, José Augusto, a motivação do crime foi a compra de 25 hectares de uma fazenda em Águas Belas. Imóvel, que possuía uma extensão total de 1.800 hectares, foi adquirido por Mysheva em um leilão, com isso, José Pedro teria sido obrigado a deixar o local. “Não resta dúvida de que o mandante é Zé Maria Pedro Rosendo”, afirmou Augusto.

Segundo o advogado, que assiste à acusação, “Passarinho” seguiu o veículo do casal e passou as informações sobre o trajeto dele para os executores. Conforme o representante de Mysheva, a cliente vai depor no julgamento, mas Adauto não comparecerá. Na audiência de instrução do processo, que ocorreu de 24 a 27 de março de 2015, ambos depuseram. Na ocasião, foram ouvidas 34 testemunhas, sendo 16 arroladas pela acusação e 18 pela defesa. “Estamos confiantes na condenação dos réus. Inclusive, isso vai acabar com a impunidade em Pernambuco, pois Zé Maria já responde por sequestro, respondeu por um homicídio e diversos crimes”, complementou. Entre as provas registradas nos autos do processo estão a perícia no carro da vítima, reconstrução do crime inclusive em 3D pela Polícia Federal, e o depoimento de Mysheva, que, segundo José Augusto, não apresenta falhas.

Já para a defesa dos réus, o depoimento da advogada Mysheva Martins é contraditório. “Foram seis depoimentos da Mysheva, que só provam que o que mais existe no processo são dúvidas e inconclusões”, alegou o advogado Anderson Flexa, que faz parte da equipe de quatro advogados que defende os acusados.

“A primeira grande mentira no processo indicava o Edymacy Ubirajara como estando no veículo e que ele teria atirando no promotor. Provou-se, através de perícias e das testemunhas, que a imputação feita por Mysheva não era verdadeira, assim como várias outras imputações não são”, complementa. Na época das investigações, Edmacy chegou a ser preso, porém foi liberado.

Segundo Flexa, o único fato comprovado é o assassinato do promotor. “Fora isso, nada é conclusivo”, afirmou. Ele declara que foram realizadas três perícias que trouxeram, por sua vez, três resultados diferentes. “Inclusive, há divergência em relação à quantidade de tiros, à ordem dos tiros e ao posicionamento da arma utilizada”, declara.

Segurança
O advogado da vítima Mysheva Martins afirma que a escolta dela foi retirada há oito meses e que há risco de vida, pois ela é a principal testemunha do crime. Ele denunciou, ainda, que procurou o Governo do Estado e o próprio procurador-geral da União, Rodrigo Janot, mas nada foi feito a respeito.

A resposta do MPF ainda não chegou. O trecho acima está em vermelho, pois não consegui a resposta do Estado e da procuradoria, até o momento.

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