Justiça condena 18 pessoas a penas de até 15 anos por tráfico de migrantes na França
Ao menos 60 pessoas morreram este ano tentando cruzar o canal da Mancha
Um tribunal francês condenou, nesta terça-feira (5), a penas de até 15 anos de prisão, 18 integrantes de uma rede de tráfico de pessoas no canal da Mancha, que separa a França do Reino Unido.
A investigação revelou que esta rede controlou grande parte das travessias irregulares de migrantes da França para o Reino Unido entre 2020 e 2022.
Ao menos 60 pessoas morreram este ano tentando cruzar o canal, um dos de maior trânsito no mundo, em embarcações precárias.
O tribunal de Lille, no norte da França, impôs a pena mais dura ao iraquiano Mirkhan Rasoul, de 26 anos, acusado de ser o cabeça da rede.
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O homem, que já tinha sido condenado anteriormente, também foi acusado de coordenar as ações de sua cela em uma prisão francesa.
As penas proferidas pelo tribunal para os outros 17 acusados, inclusive uma mulher, variam entre um e 12 anos de prisão.
Também foram emitidas ordens de prisão contra outros nove acusados, condenados à revelia.
"Os acusados não são voluntários que ajudam seus semelhantes, mas mercadores da morte", afirmou a promotora durante o julgamento. Os barcos, descreveu, transportavam um número de passageiros "até 15 vezes [maior que] a sua capacidade teórica".
Mais de 50 batidas resultaram na apreensão de 1.200 coletes salva-vidas, cerca de 150 botes de borracha e 50 motores, em operações realizadas em conjunto por França, Alemanha, Bélgica, Países Baixos e Reino Unido.
As agências Europol e Eurojust coordenaram estas intervenções. A Agência Nacional britânica contra a Delinquência (NCA) informou que cada travessia de migrantes da França para o Reino Unido gerava lucros para a quadrilha de cerca de 100.000 euros (aproximadamente R$ 630.000, na cotação atual).