Educação

Justiça determina volta de 'O menino marrom' às escolas de cidade mineira

Livro foi retirado por prefeitura de Conselheiro Lafaiete

Livro "O Menino Marrom", de ZiraldoLivro "O Menino Marrom", de Ziraldo - Foto: Reprodução / Google Books

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou nesta quinta-feira o retorno de "O Menino Marrom", de Ziraldo, às escolas de Conselheiro Lafaiete.

Na última semana, a prefeitura decidiu pela retirada da obra dos trabalhos pedagógicos após pressão de parte dos pais.

Na decisão liminar, que ainda cabe recurso, o juiz Espagner Wallysen Vaz Leite determina o cancelamento imediato da suspensão temporária dos trabalhos pedagógicos, sob pena de multa diária de R$ 5 mil.

"A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e deste Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais é firme no sentido de proibição da censura prévia", diz um trecho da decisão.

Uma passagem do livro em que os dois protagonistas têm a ideia de fazer um pacto de sangue fez com que a secretaria municipal de Educação retirasse o livro das escolas da rede municipal.

O livro, um dos mais importantes da carreira de Ziraldo, é de 1986, e mostra a amizade de duas crianças, uma branca e outra preta. No trecho da história que incomodou os pais, os dois decidem fazer um pacto de sangue para selar a amizade e pegam uma faca.

Depois, recuam e buscam um alfinete, para depois decidir usar apenas tinta vermelha, que não acham. Acabam selando a parceria com tinta azul.

— As crianças conversam entre si, veem coisas na internet e podem ter ideias muito ruins. O livro dá a oportunidade de que isso seja discutido com as crianças, que ela aprenda a avaliar as informações que recebe e aprenda que nem tudo que vê ou ouve deve ser repetido — analisa Érica Araújo Castro, professora que é moradora da cidade e especialista em Educação Básica pela UFMG.

Mineiro de Caratinga, Ziraldo morreu em abril, aos 91 anos. Escritor, desenhista, chargista, caricaturista e jornalista, foi um dos fundadores, nos anos 1960, do jornal “O Pasquim”.

Em 1980, lançou “O Menino Maluquinho”, um dos maiores fenômenos do mercado editorial brasileiro voltado para as crianças.

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