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Peru

Justiça do Peru anula julgamento contra Keiko Fujimori pelo caso Odeberecht

Filha do ex-presidente Alberto Fujimori é acusada de lavagem de dinheiro

A ex-candidata presidencial e congressista peruana Keiko FujimoriA ex-candidata presidencial e congressista peruana Keiko Fujimori - Foto: Juan Carlos Cisneros / AFP

Um tribunal de justiça do Peru anulou, nesta segunda-feira (13), por falhas na acusação, um julgamento em andamento por lavagem de dinheiro contra a ex-candidata presidencial Keiko Fujimori, relacionado ao escândalo da Odebrecht, e planejado o reinício do processo.

O julgamento contra a filha do ex-presidente Alberto Fujimori e mais de 40 acusados ligados ao seu partido Força Popular havia começado em 1º de julho de 2024, sob grande expectativa midiática.

“Conduzir um julgamento com uma acusação deficiente constitui uma porta aberta para a arbitrariedade”, afirmou o juiz Max Vengoa ao comunicar a decisão.

Segundo o Terceiro Tribunal Penal Colegiado Nacional, existem inconsistências e falta de objetividade nas acusações apresentadas pelo Ministério Público (MP) contra os acusados.

Neste caso, o MP solicitou uma pena de 30 anos e 10 meses de prisão para Keiko Fujimori, de 49 anos.

A decisão da Corte baseou-se numa recente sentença do Tribunal Constitucional (TC), que anulou a acusação contra o ex-secretário-geral da Força Popular, José Chlimper, um dos coacusados juntamente com Fujimori.

A sentença do TC determinou que o processo retornasse a uma fase interrogada, conhecida como controle de acusação, na qual um juiz verifica se a acusação cumpre os requisitos necessários para o julgamento para o julgamento oral.

Se o recurso do Ministério Público não for aceito, será necessário rever a acusação e apresentar uma nova.

Fujimori, líder da Força Popular, principal partido de direita do Peru, pelo qual concorreu à presidência três vezes, é acusado de receber ilegalmente 1,2 milhão de dólares (R$ 7,32 milhões, na cotação atual) da construtora brasileira Odebrecht para financiar suas campanhas de 2011 e 2016. Ela sempre proclamou sua inocência.

O MP acusou lavagem de dinheiro, organização criminosa, obstrução à justiça e declaração falsa em procedimento administrativo.

O procurador também pediu que Fujimori fosse inabilitado para exercer cargos públicos por 15 anos, ou que excluísse a corrida presidencial de 2026.

Embora em 2011 e 2016 tenha sido permitido que empresas estrangeiras contribuíssem com campanhas políticas, o Ministério Público processou Fujimori para não declarar a obtenção de dinheiro da Odebrecht.

A defesa do ex-candidato alega que o dinheiro pelo qual se busca puni-la é de origem lícita, portanto “não constitui lavagem de dinheiro”, segundo sua advogada, Giuliana Loza.

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