Justiça manda prender bombeiro que atirou em atendente do McDonald's
Em sua decisão, juiz considera que liberdade do acusado apresenta risco às testemunhas. Polícia apreendeu automóvel do militar
A Justiça expediu nesta sexta-feira (20) o mandado de prisão preventiva contra o sargento do Corpo de Bombeiros Paulo César de Souza Albuquerque. O militar é acusado de ter atirado no atendente de lanchonete Mateus Domingues Carvalho, de 21 anos. Nesta quarta-feira, o rapaz teve alta médica do Hospital Marcos Moraes, no Méier, na Zona Norte do Rio, onde estava internado. Ele foi operado no Hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. A Polícia também apreendeu um automóvel Mercedez, na casa do militar, na Taquara. O carro era o mesmo utilizado no dia do crime.
Na sua decisão, o juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal, argumenta que "a prisão é necessária à instrução criminal garantindo a integridade física e psíquica das testemunhas e, especialmente, da vítima sobrevivente, além, por óbvio, dos depoimentos judiciais delas com segurança". Na decisão, o juiz relata ainda que uma das testemunhas afirmou ter medo do acusado.
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Após a alta médica, o atendente continuará realizando tratamento em casa. Atualmente, o rapaz precisa de uma bolsa de colostomia por causa dos ferimentos no intestino. Mateus também perdeu o rim esquerdo e chegou a fazer um exame para identificar possíveis lesões por estilhaços de bala que ficaram alojados em seu corpo. O projétil disparado pelo sargento fraturou um dos ossos da coluna da vítima, o que chegou a preocupar os médicos com relação à perda de movimentos nas pernas. O risco foi descartado posteriormente.
A vítima prestou o seu primeiro depoimento na última segunda-feira (16), quando conversou por cerca de 50 minutos com o delegado Angelo José Lages Machado, titular da 32ª DP (Taquara). Na ocasião, Mateus sua versão sobre o crime. O resultado dos exames realizados no atendente serão incluídos no inquérito.
Segundo testemunhas a briga foi por causa de um cupom de desconto. Imagens de câmeras de segurança mostram o bombeiro e o atendente conversando inicialmente. Mateus sentado de dentro da loja fala com o bombeiro que está em pé, do outro lado da janela. De repente Paulo César abre o que parece ser uma porta e, passa o braço pela janela e dá um tapa no atendente, que revida. O bombeiro então dá a volta e entra na loja, com a arma na mão, como mostra a câmera. O vídeo mostra Mateus caindo no chão e sendo socorrido por colegas. Enquanto isso o atirador sai caminhando calmamente ao lado de uma mulher e um homem que havia entrado atrás dele.
No último dia 9, o bombeiro se apresentou na delegacia que investiga o caso. Na ocasião, o advogado dele, Sandro Figueiredo, argumentou que as imagens não mostravam claramente o seu cliente atirando no atendente. Posteriormente, admitiu que o bombeiro atirou , mas alegou que o disparo foi "acidental".