caso andres

Justiça mantém prisão de anestesista acusado de pedofilia e estupro de pacientes sedadas

Andres Eduardo Oñate Carrillo, de 32 anos, é suspeito de ter abusado de duas pacientes sedadas durante cirurgia e investigado por ter milhares de imagens de pornografia infantil

Anestesista colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo é preso Anestesista colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo é preso  - Foto: Reprodução

Leia também

• Pai de paciente vai à polícia e relata que estranhou anestesista ficar sozinho com filho

• Anestesista buscava palavras "camufladas" no YouTube para ter acesso a conteúdo pornográfico

• "Ele estudou para quê? Para ser bicho, monstro ou médico?", diz vítima de anestesista preso

O Tribunal de Justiça manteve a prisão do anestesista colombiano Andres Eduardo Oñate Carrilo, preso nesta segunda acusado de estuprar duas pacientes sedadas em cirurgia e investigado por ter milhares de imagens de pornografia infantil.

Provas podem ter sido apagadas
Três celulares, um notebook e um tablet apreendidos pela Polícia Civil na segunda-feira, na casa do anestesista colombiano Andres Eduardo Oñate Carrilo, na Barra da Tijuca, foram encaminhados para perícia no Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). O objetivo, segundo pedido feito pela Delegacia da Criança e Adolescente Vìtima (Dcav), responsável pelas investigações, é a "extração de dados de pornografia". O médico foi preso temporariamente por suspeita de estuprar duas pacientes e filmar os abusos. 

Andres ainda é investigado pela Dcav pelo armazenamento de pornografia infantil. As investigações tiveram início após a Polícia Federal ter encaminhado à Polícia Civil dados extraídos da "nuvem" — ambiente virtual de armazenamento de dados — de Andres em outro inquérito. A partir de então, a Dcav iniciou a análise das mídias e encontrou os vídeos das pacientes estupradas, além de conteúdo pornográfico infantil. A polícia apura ainda se o anestesista aliciou menores para enviarem a ele fotos e vídeos. De acordo com o delegado titular da especializada, Luiz Henrique Marques Pereira, o médico mantinha arquivadas mais de 20 mil imagens de abuso sexual envolvendo crianças e adolescentes. A análise do material chamou atenção pela gravidade e quantidade de arquivos, que incluíam até bebês com menos de 1 ano. Agora, será feita nova análise nos equipamentos apreendidos na segunda-feira. 

"É um arquivo extremamente violento, em grande quantidade. Podiam ser vistos bebês de colo, de menos de 1 ano, sendo abusados sexualmente, sendo obrigado a participar de sexo com adultos. Algo que chocou até mesmo agentes mais experientes", explicou o delegado titular da Dcav. "Pesquisando esses conteúdos, foram encontrados dois vídeos em que esse suspeito ainda estuprou duas pacientes durante o procedimento de anestesia pré-cirúrgico. No decorrer das investigações, a polícia espera encontrar outras vítimas".

Em depoimento à especializada, Andres negou que tenha abusado de crianças, mas afirmou que se satisfaz "vendo imagens e vídeos tanto de meninas quanto de meninos". Nesta terça-feira, o anestesista vai passar por audiência de custódia na cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica. Na sessão, será decidido se Andres continuará preso.

Relembre o caso
As evidências de crimes cometidos por Andres contra as duas mulheres, ambas na mesa de cirurgia e aparentemente desacordadas, foram gravadas por celular e estavam armazenadas na "nuvem" do médico. Uma das vítimas foi operada no Hospital Estadual dos Lagos Nossa Senhora de Nazareth, em Saquarema, em dezembro de 2020. Segundo a Secretaria estadual de Saúde, o médico deixou de atuar na unidade em setembro de 2021. Em nota, o órgão informou que “já solicitou à direção da unidade hospitalar todos os dados e prontuários do período em que o médico trabalhou como prestador de serviço e vai instaurar uma sindicância para apurar as devidas responsabilidades”.

A segunda vítima foi uma paciente do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, administrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Fundão, Ilha do Governador. Ela estava internada para retirar o útero, em fevereiro de 2021, e se reconheceu nas imagens, e lembra que estranhou ficar muito tempo desacordada após o procedimento, cerca de duas horas a mais que sua irmã, que havia feito a mesma cirurgia.

Vítimas vulneráveis e vídeos: saiba quais são as semelhanças entre os dois casos de anestesistas presos por estupro

Em nota, o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho disse que Andres “ingressou em um curso técnico-prático (semelhante a uma especialização) em março de 2018 e concluiu em fevereiro de 2021” e que o curso realizado “resulta em um certificado que permite a ele participar de cirurgias e/ou procedimentos sempre com a supervisão de um profissional responsável”.

 

Imagens dos crimes: Esposa só acreditou que anestesista estuprou pacientes após ver vídeo, diz polícia

Delegado: 'Ele não é só estuprador, também é pedófilo'

Veja também

Ruanda inicia 1ª campanha de vacinação contra mpox na África
vacinas

Ruanda inicia 1ª campanha de vacinação contra mpox na África

Cientista premiada alerta sobre má utilização de tratamentos contra a obesidade
obesidade

Cientista premiada alerta sobre má utilização de tratamentos contra a obesidade

Newsletter