Crime

Justiça mantém prisão de militar que matou vizinho e muda o crime de homicídio culposo para doloso

A pedido do MPRJ, magistrada também alterou a prisão em flagrante para preventiva a fim de "garantir a livre manifestação" das testemunhas, pois os dois moravam no mesmo condomínio

O sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra (direita), que matou um vizinho (Durval Teófilo) com três tiros ao confundi-lo com um assaltanteO sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra (direita), que matou um vizinho (Durval Teófilo) com três tiros ao confundi-lo com um assaltante - Foto: Reprodução

O sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra, que matou um vizinho com três tiros ao confundi-lo com um assaltante, teve a prisão preventiva mantida durante audiência de custódia realizada na tarde desta sexta-feira. Na decisão, a juíza Ariadne Villella Lopes, mudou de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, para doloso.

A magistrada atendeu ao pedido da promotora Paula da Fonseca Passos Bittencourt que pediu que houvesse a mudança na capitulação do crime praticado pelo acusado contra Durval Teófilo Filho. A família da vítima acredita que ele foi assassinado porque o autor dos disparos era racista. Durval era negro.

O Ministério Público requereu ainda a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva. A magistrada também atendeu o pleito da promotora neste sentido. Segundo a juíza da Central de Custódia Ariadne Vilella, em sua decisão, há riscos de constrangimento de testemunhas, uma vez que a vítima e o autor dos disparos, flagrados pelas câmeras do condomínio, moravam no mesmo local.
 

A magistrada explica em sua sentenção: "O "periculum libertatis", igualmente, encontra-se presente, considerando-se as circunstâncias em que supostamente foi praticada a conduta imputada ao custodiado, de forma que se mostra necessária a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva para a garantia da ordem pública e para a conveniência da instrução criminal". E prossegue: "Nesse sentido, tem-se a necessidade de garantir a livre manifestação das eventuais testemunhas a serem arroladas no processo criminal, que poderão ser moradoras do condomínio em que reside o custodiado".

Em seu depoimento à Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), Aurélio disse que, depois de fazer os disparos, saiu do carro e perguntou ao homem se ele estava armado. Nesse momento, já caído no chão, o repositor de supermercado Durval Teófilo Filho chegou a dizer que também era morador do condomínio. O caso ocorreu no fim da noite da última quarta-feira no bairro do Colubandê, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.

Veja também

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela
Venezuela

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios
Queimadas

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios

Newsletter