Justiça nega pedido de liberdade de Gabriel Monteiro
Ex-vereador está preso acusado de estupro. Polícia investiga duas outras denúncias: em uma delas, a vítima teria tido a roupa arrancada e sido obrigada a fazer sexo oral
O Tribunal de Justiça do Rio negou um pedido de habeas corpus de Gabriel Monteiro, preso há mais de uma semana, acusado de estupro. A defesa do ex-vereador entrou com o pedido de liberdade na última quinta-feira, mas o desembargador Claudio Tavares de Oliveira Junior, da 8ª Câmara Criminal, negou a liminar. O processo está sob sigilo.
Gabriel Monteiro foi preso no fim da tarde de segunda-feira, dia 7. Ele teve o mandado de prisão expedido pelo juiz Rudi Baldi Loewenkron, da 34ª Vara Criminal, que aceitou a denúncia do Ministério Público. O youtuber é acusado pelo crime de estupro contra uma mulher de 23 anos. O crime teria acontecido no dia 15 de julho.
Em depoimento à 42ª DP (Recreio), a jovem contou que conheceu Monteiro na reinauguração de uma boate na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e que ele a levou para a casa de um amigo no bairro do Joá, onde o crime teria sido praticado.
Ainda segundo a mulher, o ex-vereador a constrangeu ao lhe apontar uma arma antes das relações sexuais — que, segundo ela e uma amiga que a acompanhava no dia, foram forçadas — e chegou a agredi-la com tapas no rosto durante o ato. Monteiro também teria se negado a usar preservativos, mesmo com os apelos feitos pela jovem.
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O ex-vereador passou por audiência de custódia na tarde de terça-feira, e foi transferido para a Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na manhã desta quarta-feira. O delegado Luis Armond, que comandou a investigação, contou o caso ocorreu em junho e chegou à polícia por relatos de uma testemunha.
— Foi um relato forte de uma garota nova de 22 anos com detalhes. Quando eles chegam na casa, que é de um conhecido dele, as coisas foram para uma violência. Passou a ter uma violência real mesmo, uma aterrorização com arma como se fosse um brinquedo, mas para uma jovem a travou. E começou a ter as agressões. Essa vítima procurou uma médica particular e passou por um exame. A médica deu um parecer que ela chegou muito nervosa, apesar de não querer contar o que aconteceu. Ela foi orientada a tomar a pílula do dia seguinte e foi feito um teste que demonstrou a possibilidade dela estar com uma infecção sexualmente transmissível (IST) - conta Armond.
Outros dois casos em investigação
A Polícia Civil do Rio investiga dois novos casos envolvendo acusações de crimes sexuais contra o ex-vereador e youtuber Gabriel Monteiro, preso na última segunda-feira sob uma acusação de estupro. Os registros, feitos por duas mulheres, ocorreram na 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes) na terça-feira, um dia depois da prisão de Monteiro. As investigações ainda estão na fase inicial e testemunhas terão que ser ouvidas. Mas, em pelo menos um caso, a linha de investigação aponta que pode ter havido um estupro. A defesa de Gabriel Monteiro disse desconhecer as denúncias.
O caso que envolve a suspeita de estupro teria acontecido em junho de 2021. Uma assistente administrativa de 23 anos contou à polícia que já conhecia Gabriel pelas redes sociais desde 2018. No dia da festa na antiga casa que o ex-vereador alugava no Condomínio Mansões, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, ele teria se aproximado dela, a acariciado e beijado, sem autorização. Depois, a teria obrigado a fazer sexo oral.
Assustada, a mulher declarou à polícia ter bebido como forma de tentar esquecer que aconteceu. Ela afirmou que acordou no sofá, com Gabriel nu. O ex-vereador teria levantado a blusa da jovem e retirado seu short. A mulher disse que ficou se debatendo, pedindo para que ele parasse.
O segundo caso sendo investigado pela polícia envolve o relato de uma vendedora, também de 23 anos. Ela também fez acusações de violência sexual contra o ex-parlamentar, com quem afirmou ter iniciado um relacionamento após eles se conhecerem também por redes sociais, em junho de 2020. A mulher disse que teria trabalhado na campanha de Monteiro para vereador no mesmo ano.
A vendedora relatou ainda que ela voltava de um ato de campanha quando Gabriel a teria obrigado a manter relações sexuais na frente do motorista, quando o carro trafegava pela ponte Rio-Niterói. A mulher disse anda que durante a campanha eleitoral, e o ex-vereador sempre a oferecia para fazer sexo com os seguranças. Ela também acusou o ex-vereador de ter apertado seu pescoço contra a parede, porque não concordava com o modo dele de pensar.