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ELEIÇÕES EUA

Kamala Harris volta a fazer campanha com visitas a estados-pêndulo

A democrata de 59 anos tentará se desvencilhar de sua polêmica entrevista sobre imigração no início do mandato

A vice-presidente dos EUA, Kamala HarrisA vice-presidente dos EUA, Kamala Harris - Foto: Saul Loeb / AFP

Após aceitar sua indicação na Convenção Democrata, Kamala Harris volta, nesta quarta-feira (28), à campanha eleitoral para percorrer os estados-pêndulo, assim como o republicano Donald Trump, faltando dez semanas para as acirradas eleições presidenciais nos Estados Unidos.

A vice-presidente democrata fará campanha nesta quarta e na quinta-feira na Geórgia (sul), um dos sete estados onde as eleições de 5 de novembro prometem ser especialmente disputadas.

Ela percorrerá de ônibus as áreas rurais deste estado onde o presidente Joe Biden venceu por uma margem muito estreita em 2020.

Na Geórgia, ela também dará sua primeira grande entrevista como candidata na quinta-feira, na CNN, às 21h locais (22h em Brasília), ao lado de seu companheiro de chapa, o governador de Minnesota, Tim Walz.

Em entrevista ao Newsmax, um dos canais favoritos da extrema direita, Jason Miller, um assessor de Trump, alegou que Harris usa Walz como "escudo humano".

A democrata de 59 anos tentará se desvencilhar de sua polêmica entrevista sobre imigração no início do mandato.

Há alguns dias, a candidata enfrentava uma crescente pressão para conceder uma entrevista a um importante veículo de comunicação americano.

Até agora, se contentava com trocas muito breves com jornalistas após suas viagens ou encontros com influenciadores digitais.

A entrevista na CNN, que acontecerá semanas antes do debate com Trump, previsto para 10 de setembro, marca o começo de uma nova fase.

O ex-presidente republicano afirmou na terça que foi alcançado um "acordo" sobre os detalhes técnicos do debate, dois dias após ter ameaçado não participar do mesmo. A equipe de Kamala, por sua vez, ainda não confirmou esta informação.

A candidata democrata entrou na corrida à Casa Branca depois que o presidente Joe Biden desistiu da reeleição em 21 de julho.

Desde então, ganhou certo impulso nas pesquisas e conta com o entusiasmo dos democratas que confirmaram sua indicação com grande ovação na convenção do partido, em Chicago.

Mas a batalha eleitoral é muito dura e ambos os candidatos se concentram nos estados-pêndulo que, diferentemente da maioria, não votam sempre no mesmo partido.

Donald Trump esteve em Michigan na segunda-feira, na quinta-feira irá a Wisconsin e na sexta-feira, à Pensilvânia.

O republicano de 78 anos não se beneficiou do efeito surpresa da entrada de sua rival na disputa, mas conta com uma base muito estável, sobretudo desde que foi vítima de uma tentativa de assassinato em 13 de julho.

Os diversos procedimentos judiciais contra ele não mudam nada, e inclusive mobilizam mais "trumpistas" convencidos de que seu candidato é vítima, como repetiu na terça-feira, de uma "caça às bruxas" orquestrada no mais alto nível.

O desafio para ele é ganhar votos além desse eleitorado, ou seja, entre os independentes e os indecisos.

Em 2 de setembro, Dia do Trabalho nos Estados Unidos, Kamala Harris viajará, por sua vez, para Michigan e depois para a Pensilvânia.

Pesquisas 
Para os democratas, é uma questão de "transformar o impulso da convenção em ação", resumiu no domingo em um comunicado a presidente da equipe de campanha, Jen O'Malley Dillon, que se gabou de ter arrecadado 540 milhões de dólares (2,96 bilhões de reais) em um mês.

O site FiveThirtyEight, que reúne várias pesquisas, atribui à vice-presidente uma vantagem de 3,5 pontos sobre sua rival.

Isso não lhe garante a maioria dos votos em um país onde o presidente não é eleito pelo voto direto.

O bilionário republicano multiplica os ataques pessoais e qualifica sua rival de "pouco inteligente" e "comunista".

Também tenta apresentá-la como a herdeira de um Biden muito impopular.

Na segunda-feira, culpou-a de ter sido "um ator principal na desastrosa retirada" das tropas americanas do Afeganistão em 2021.

Por outro lado, a equipe de campanha republicana está envolvida em uma polêmica devido a uma briga com um funcionário do Cemitério Nacional de Arlington durante uma visita de Trump, esta semana.

Segundo a Rádio Pública Nacional, o incidente ocorreu quando o funcionário tentou impedir que seus assessores fotografassem um setor dedicado aos mortos em guerras recentes, onde é proibido filmar e realizar atos políticos.

Já a equipe de campanha de Kamala Harris divulgou parte de um vídeo que ataca o "Projeto 2025", um programa de governo muito conservador elaborado pelos apoiadores do magnata republicano.

Trump quer ter um "controle total" sobre o país, afirma o narrador do vídeo.

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