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ELEIÇÕES EUA

Kamala pede voto dos jovens; Trump critica Zelensky

A ex-promotora de 59 anos e o ex-presidente de 78 se desdobram para conquistar os indecisos

Kamala Harris e Donald TrumpKamala Harris e Donald Trump - Foto: Ryan Collerd/AFP; Chandan Khanna/AFP

Na reta final para as eleições, Kamala Harris advertiu, nesta quinta-feira (17), os jovens do estado-chave de Wisconsin contra as consequências "brutalmente graves" de uma vitória de Donald Trump, que criticou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

"Vai ser uma disputa acirrada até o final", disse-lhes a vice-presidente americana e candidata democrata para comandar a Casa Branca, empatada com Trump nas pesquisas de intenção de voto para as eleições de 5 de novembro.

"Estou fazendo campanha por cada voto porque quero e tenho a intenção de ser presidente de todos os americanos, seja qual for o seu partido, onde quer que morem e obtenham as notícias", disse Kamala em Wisconsin, estado situado na região dos Grandes Lagos dos Estados Unidos.

A ex-promotora de 59 anos e o ex-presidente de 78 se desdobram para conquistar os indecisos. Ela também tenta atrair os votos dos republicanos moderados.

Para consegui-lo, nesta quarta-feira se aventurou em terreno hostil, ao dar uma entrevista para a Fox News, que foi assistida por mais de sete milhões de telespectadores, segundo a emissora, a preferida dos conservadores.

Nesta quinta, ela criticou Trump por ter dito que o 6 de janeiro de 2021, quando uma multidão de seus apoiadores invadiu o Capitólio, "foi um dia de amor".

O ex-presidente se referia às centenas de milhares de pessoas que foram a Washington acreditando que as eleições do ano anterior, nas quais ele foi derrotado por Joe Biden, "foram fraudadas".

Não vai parar
"Donald Trump é um homem pouco sério, e as consequências de ele voltar a pôr os pés no Salão Oval são brutalmente graves", disse Kamala no primeiro dos dois comícios desta quinta-feira em universidades de Wisconsin.

Ela insistiu em dizer que seu adversário está "cada vez mais instável e perturbado" e "não vai parar diante de nada para reivindicar um poder sem controle".

Wisconsin é um dos estados-pêndulo que possivelmente vão decidir os resultados das eleições de 5 de novembro.

A derrota dos democratas nos estados industriais dos Grandes Lagos, ou seja, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, deu as chaves da Casa Branca para Trump em 2016.

Os republicanos também tem elevado o tom de sua retórica à medida que o grande dia se aproxima.

Em um comício na cidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, outro estado-pêndulo, J.D. Vance, o candidato a vice de Trump, criticou duramente Kamala.

"Enquanto Kamala Harris quer estender o tapete vermelho para os estrangeiros ilegais e dar a eles Medicare e Seguridade Social, a mensagem de Donald Trump às pessoas que estão ilegalmente neste país é simples: façam as malas", afirmou.

Fechar a fronteira
Ele também acusou Kamala de chamar de "racistas" os republicanos por dizerem que ela deve "fechar a fronteira sul" com o México.

Segundo ele, os americanos perdem "qualidade na educação" e na "atenção médica" devido à quantidade de "estrangeiros ilegais" no país.

"Deveria fazer seu maldito trabalho", "se olhar no espelho e parar de atacar os cidadãos do seu próprio país", disparou Vance.

Em um podcast simpático a Trump veiculado nesta quinta, o candidato republicano mencionou a guerra na Ucrânia e voltou a lançar críticas contra o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

"Zelensky é um dos melhores vendedores que já vi. Cada vez que ele vem, lhe damos 100 bilhões de dólares [aproximadamente R$ 567 bilhões]. Quem mais já conseguiu essa quantidade de dinheiro na história? Nunca houve [ninguém]", disse Trump ao podcast PBD, com dois milhões de inscritos.

"E isso não significa que eu não queira ajudá-lo, porque me sinto muito mal por essas pessoas. Nunca deveria ter permitido que essa guerra começasse", acrescentou.

A Ucrânia é um aliado dos Estados Unidos, mas o magnata gaba-se de sua boa relação com o presidente russo, Vladimir Putin. Fez isso inclusive cara a cara com Zelensky em setembro.

Em sua rede, Truth Social, o empresário voltou a pedir a suspensão da licença da emissora CBS por uma entrevista que sua adversária deu ao canal, na qual, segundo ele, uma das respostas foi editada.

Na corrida eleitoral, Trump conta com o apoio de Elon Musk, o homem mais rico do mundo, que faz campanha com ele, além de financiá-lo.

Durante um ato na Pensilvânia, em frente a uma enorme bandeira americana, o dono da Tesla explicou que estava ali porque "é crucial para o futuro do mundo".

À noite, o bilionário comparecerá ao tradicional jantar de gala da Fundação Alfred E. Smith Memorial, que arrecada fundos para organizações beneficentes católicas.

Rompendo com uma tradição de décadas, Kamala, cuja campanha gira em torno da defesa do direito ao aborto, rejeitou o convite da fundação para o jantar de gala, alegando problemas de agenda.

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