Kirchner acusa tribunal de ser "pelotão de fuzilamento"
Vice-presidente é acusada de ter favorecido o empresário Lázaro Báez em licitações de obras públicas
A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, acusou o tribunal, nesta terça-feira (29), de ser "um verdadeiro pelotão de fuzilamento", ao pronunciar suas palavras finais em um julgamento por suspeita de corrupção na licitação de obras públicas.
A corte deve emitir seu veredicto nos próximos dias, após um processo em curso desde maio de 2019.
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"Mais do que um tribunal do 'lawfare', este tribunal foi um verdadeiro pelotão de fuzilamento que começou com a incrível diatribe dos promotores Diego Luciani e Sergio Mola, que se dedicaram a me irritar e a me insultar", defendeu-se Kirchner, acusada de corrupção durante seus dois mandatos presidenciais, de 2007 a 2015.
Em um intervenção de 20 minutos, transmitida por toda imprensa e também em sua conta no Twitter, Cristina Kirchner participou da audiência de forma virtual, direto de seu gabinete no Senado.
A vice-presidente acusou os promotores de terem "inventado e deturpado" os fatos, acrescentando que "ficou provado que eram falsos, que nem sequer existiram".
“Difamaram, mentiram, insultaram a mim e ao nosso governo”, insistiu, avaliando que o julgamento tem “um objetivo disciplinador”, especialmente contra seu “espaço político”, ou seja, o peronismo de centro esquerda.
No processo, em que há outros 11 réus, Kirchner é acusada de ter favorecido o empresário Lázaro Báez, considerado próximo de sua família, em licitações de obras públicas na província de Santa Cruz (sul).
Neste julgamento de primeira instância, ainda resta uma audiência, em 6 de dezembro, para que mais quatro réus pronunciem suas palavras finais. A partir desse momento e no prazo máximo de dez dias, os juízes devem emitir seu veredicto.
Os promotores pediram uma sentença de 12 anos de prisão e inelegibilidade política perpétua para Kirchner, de 69 anos.
Principal figura da política na Argentina, Cristina Kirchner conta com foro privilegiado como vice-presidente e presidente do Senado até que haja uma sentença final na Suprema Corte.