Kremlin diz que futuro de bases russas na Síria será discutido com "quem quer que esteja no poder"
Em pronunciamento na manhã desta segunda, porta-voz também disse não ter informações sobre paradeiro de Bashar al-Assad
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Enquanto a bandeira das forças rebeldes era hasteada na embaixada da Síria em Moscou, o Kremlin afirmou nesta segunda-feira que está pronto para discutir o futuro de suas bases militares no país do Oriente Médio "com quem quer que esteja no poder". Um dos pilares de sustentação do regime do ex-ditador Bashar al-Assad ao longo da guerra civil, a Rússia tem bases navais e aéreas estrategicamente importantes no país.
— Agora haverá um período muito complexo devido à instabilidade — disse Dmitri Peskov, principal porta-voz da Presidência russa, que ao ser questionado sobre oque aconteceria com as bases, acrescentou: — É muito cedo para dizer. Este é um assunto para discussão com quem quer que esteja no poder na Síria.
As forças russas se engajaram em combates ao lado das forças de Assad até o último momento. Mesmo durante a ofensiva lançada pelo Hayet Tahrir al-Sham (HTS) na última semana de novembro, jatos russos participaram de bombardeios contra posições rebeldes, segundo relatos do próprio Exército sírio.
— Estamos fazendo tudo o que é possível e necessário para entrar em contato com aqueles que podem fornecer segurança. E nossos militares também estão tomando medidas de precaução — detalhou Peskov.
A pedido de Moscou, o Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião emergencial para discutir o futuro da Síria e as possíveis instabilidades provenientes da queda do regime Assad.
Paradeiro de Assad
Ainda em suas declarações à imprensa, Peskov se recusou a confirmar o paradeiro de Assad após a fuga de Damasco. Uma fonte do Kremlin disse a agências de notícias russas no domingo que o ditador fugiu para Moscou. O filho de Assad estuda na capital russa.
— Quanto ao paradeiro do senhor Assad, não tenho nada a dizer — afirmou Peskov.
O porta-voz ainda acrescentou que se a Rússia concedesse asilo a Assad e sua família, essa seria uma decisão tomada pelo presidente russo, Vladimir Putin, dizendo que "tais decisões não podem ser tomadas sem o chefe de Estado". Ele disse que não havia nenhuma reunião com Assad na agenda de Putin. (Com AFP)