Logo Folha de Pernambuco

MUNDO

Kremlin elogia última declaração de Trump sobre a Ucrânia

Os comentários do Kremlin coincidiram com um novo ataque à infraestrutura de energia ucraniana, que tanto Kiev quanto Moscou descreveram como "maciço"

Porta-voz do Kremlin, Dmitry PeskovPorta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov - Foto: Alexander Nemenov/AFP

O Kremlin disse nesta sexta-feira (13) que a rejeição do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ao uso pela Ucrânia de armas de longo alcance fornecidas por Washington contra a Rússia é uma postura “totalmente alinhada” com a de Moscou.

“A declaração de Trump está totalmente alinhada com nossa posição, com nossa opinião sobre os motivos da escalada. É óbvio que Trump entende exatamente o que está agravando a situação”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos repórteres.

Em um artigo publicado na quinta-feira pela Time, Trump disse que se opunha “veementemente” ao fato de a Ucrânia usar mísseis americanos de longo alcance contra a Rússia.

“Estamos apenas aumentando essa guerra e piorando-a”, disse Trump.

Em novembro, a administração do presidente Joe Biden autorizou o uso de mísseis de longo alcance ATACMS dos EUA contra a Rússia depois que Kiev e as potências ocidentais relataram o movimento de milhares de tropas norte-coreanas em apoio aos russos.

Os comentários do Kremlin coincidiram com um novo ataque à infraestrutura de energia ucraniana, que tanto Kiev quanto Moscou descreveram como “maciço”.

O fornecedor privado de eletricidade DTEK disse que várias usinas térmicas foram “severamente danificadas”.

De acordo com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, a Rússia disparou 93 mísseis balísticos e de cruzeiro dessa vez, 81 dos quais foram abatidos.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que o ataque foi uma retaliação ao uso de mísseis ATACMS de longo alcance dos EUA contra seu território há dois dias.

À espera de que os “pré-requisitos” sejam cumpridos
O Kremlin também disse nesta sexta-feira que os “pré-requisitos” para a realização de negociações de paz com a Ucrânia ainda não foram atendidos, à medida que aumentam as especulações sobre um possível cessar-fogo antes da próxima posse de Trump em janeiro.

“Não queremos um cessar-fogo, queremos paz, assim que nossas condições forem atendidas e todos os nossos objetivos forem alcançados”, disse Dmitri Peskov aos repórteres.

O porta-voz acrescentou que os “pré-requisitos” necessários para iniciar as negociações ainda não foram estabelecidos.

A Rússia está exigindo que as forças ucranianas deponham as armas, que Kiev ceda as cinco regiões que Moscou quer anexar e que a Ucrânia renuncie à adesão à Otan.

Trump pediu um “cessar-fogo imediato” e negociações para encerrar o conflito, depois de se reunir em Paris há alguns dias com Volodimir Zelensky, sob os auspícios do presidente francês, Emmanuel Macron.

Ele também disse que a Ucrânia “provavelmente” receberá menos ajuda de Washington.

Os aliados europeus e Kiev temem que Trump possa forçar a Ucrânia a fazer concessões que seriam muito significativas e que de fato dariam a Putin uma vitória geopolítica e militar.

Veja também

Empresário que morreu em naufrágio de catamarã estava hospedado em Porto de Galinhas
NAUFRÁGIO EM MARAGOGI

Empresário que morreu em naufrágio estava hospedado em Porto de Galinhas

Trump pede fim do horário de verão nos EUA
EUA

Trump pede fim do horário de verão nos EUA

Newsletter