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Guerra

Kremlin indica que as conversas com os EUA sobre a Ucrânia estão se intensificando

Confirmação de contatos é o primeiro sinal concreto de progresso nas negociações pelo fim do conflito

Presidente da Rússia, Vladimir Putin (E), aperta a mão do então presidente dos EUA, Donald Trump, em reunião do G20, em 2017 Presidente da Rússia, Vladimir Putin (E), aperta a mão do então presidente dos EUA, Donald Trump, em reunião do G20, em 2017  - Foto: Saul Loeb/AFP

Desde que retornou à Casa Branca, o presidente Donald Trump disse que seu governo já teve discussões com a Rússia sobre o tema, sem mais detalhes. O magnata republicano prometeu fechar um acordo entre o líder da Rússia, Vladimir Putin, e seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Nesta quinta-feira, o Kremlin confirmou, pela primeira vez, que os contatos com os Estados Unidos para discutir um plano potencial para encerrar os combates na Ucrânia ocorreram e se intensificaram recentemente.

— Há de fato contato entre certas agências governamentais e eles se intensificaram recentemente — declarou à imprensa o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, que antes se esquivava do assunto.

A fala de Peskov se dá em meio a acenos de ambos os países para uma maior disposição de pôr fim ao conflito.

Apesar de reiterar que considera Zelensky um presidente ilegítimo, o porta-voz disse que Moscou estava pronta para conversar com ele. Enquanto Zelensky, da mesma forma, afirmou que estava pronto para uma conversar com Putin.

A confirmação dos contatos pelo Kremlin é o primeiro sinal concreto de progresso nas negociações após meses de incerteza sobre a capacidade de Trump de cumprir suas promessas.

A falta de qualquer comunicação confirmada entre os dois líderes ou de planos para uma reunião, para a qual o americano fez um apelo público, manteve os observadores em dúvida sobre a rapidez com que qualquer negociação poderia sair do papel.

Trump X Putin
Trump tem se mostrado cada vez mais impaciente com Putin, e intensificou junto a seus conselheiros a apresentação de planos para forçar a Rússia a fazer concessões por meio de sanções mais severas ou de uma queda no preço do principal produto de exportação do país, o petróleo.

Embora tenha elogiado Trump em público, a ponto de concordar com acusações infundadas do republicano de que a eleição presidencial dos EUA em 2020 foi "roubada" dele e que, se ele estivesse no cargo, "talvez o conflito na Ucrânia não tivesse começado", Putin tem se mostrado indiferente às propostas de paz dos EUA.

O presidente russo não se afastou das exigências que fez quando invadiu a Ucrânia.

Caso as negociações evoluam, os dois lados vão precisar resolver algumas questões espinhosas, como o futuro do território ucraniano anexado por Moscou, a entrada na OTAN e as garantias que seriam dadas para assegurar que os ataques não se repetiriam.

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