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Latinos deixam democratas de lado e contribuem para vitória de Trump

Nas últimas semanas, os republicanos se gabaram de como estavam indo bem com essa comunidade

Uma escultura feita pelo artista indiano em areia Sudarsan Pattnaik retratando o ex-presidente dos EUA e candidato presidencial republicano Donald Trump após sua vitória Uma escultura feita pelo artista indiano em areia Sudarsan Pattnaik retratando o ex-presidente dos EUA e candidato presidencial republicano Donald Trump após sua vitória  - Foto: AFP

Os eleitores latinos, especialmente os homens, contribuíram para a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, colocando fim à lua de mel desta comunidade com os democratas, segundo uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (6).

As suposições falharam novamente. O comentário de um humorista pró-Trump que comparou Porto Rico a uma "ilha flutuante de lixo" não resultou em um voto de castigo.

A retórica anti-imigração do magnata de 78 anos também não se mostrou prejudicial.

"Amo os hispânicos. São muito trabalhadores e empreendedores, e são ótimas pessoas. E são carinhosos, às vezes até demais, para falar a verdade", afirmou o republicano na semana passada durante um comício no Novo México.

Nas últimas semanas, os republicanos se gabaram de como estavam indo bem com essa comunidade, a qual cortejaram incansavelmente.

O resultado foi positivo. A porcentagem de latinos que apoiou o ex-presidente disparou.

Trump obteve o apoio de 45% dos eleitores latinos a nível nacional, em comparação com 53% de Kamala Harris, segundo uma pesquisa de boca de urna da NBC News.

Isso é muito mais do que os 32% obtidos em 2020, frente aos 65% de seu rival democrata, Joe Biden.

Uma vez que a contagem de votos seja concluída, pode até ser o melhor resultado do Partido Republicano entre os latinos nas eleições presidenciais desde que George W. Bush obteve 44% em 2004.

A nível nacional, os latinos representaram 12% do eleitorado.

O bom desempenho deve-se aos homens latinos, que se voltaram em peso para Trump, em uma tendência que já era visível semanas antes das eleições.

Em uma pesquisa da Naleo (Fundo Educacional da Associação Nacional de Funcionários Latinos Eleitos e Designados), já se observava que os homens apoiavam quase igualmente a vice-presidente democrata Kamala Harris 46% e Donald Trump 42%.

Essas pesquisas anteriores revelaram outro dado essencial: para a maioria dos latinos que reside nos Estados Unidos, o tema que realmente preocupa é a perda de poder aquisitivo. Outros assuntos são secundários.

O senador republicano Ted Cruz, de origem cubana, foi um dos mais beneficiados com essa mudança, sendo reeleito pela terceira vez no Texas, diante de um adversário democrata, Colin Allred, que havia gerado grande expectativa.

"Multiétnica" 
Marco Rubio, outro senador de origem cubana muito envolvido na campanha eleitoral de Trump, disse estar impressionado com a mobilização dos latinos.

"O voto hispânico está tendo um impacto decisivo", declarou à Telemundo.

Em um comunicado divulgado nesta quarta-feira, Rubio enfatiza que "o Partido Republicano é agora uma coalizão tanto multiétnica quanto multirracial, composta por americanos que amam o seu país".

Ele faz uma distinção entre os americanos de ascendência hispânica e os migrantes latinos em situação irregular, que Trump prometeu deportar, começando por aqueles com antecedentes criminais.

É provável que essas mudanças obriguem os democratas a se questionarem sobre o motivo de estarem perdendo apoio entre os latinos, um grupo demográfico de rápido crescimento, especialmente após terem investido milhões de dólares em anúncios direcionados em inglês, espanhol e “spanglish”.

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