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Litoral

Laudo dirá em até 30 dias se óleo nas praias de Pernambuco é o mesmo de 2019

Até agora, 11 cidades notificaram o aparecimento das "bolotas" de petróleo, além de outros dois estados

Vestígios de óleo achados em 2022Vestígios de óleo achados em 2022 - Foto: Divulgação/CPRH

Os novos vestígios de óleo encontrados em praias de ao menos 11 municípios de Pernambuco serão analisados, segundo a  Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH), pela Marinha do Brasil, em laboratório da institução no Rio de Janeiro.

De acordo com a coordenadora de fiscalização da CPRH, Silvana Valdevino, o resultado desse laudo, que deverá indicar se o material é o mesmo do encontrado nas praias do Estado no desastre ambiental de 2019, deverá sair em até 30 dias.

"A Marinha tem um banco de dados que vai dizer se é um material similar. Vão tentar chegar ao máximo de conclusão possível nesse sentido", explicou Silvana Valdevino. As amostras do material foram encaminhadas ao Rio de Janeiro, na segunda-feira (29). 

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) também coletou material para análise da composição química. Esse laudo deve sair com cerca de 15 dias, segundo Silvana. Eventuais danos à saúde humana também serão investigados. "Quando tiverem a composição do material poderemos saber a relação com a questão de saúde", detalhou a coordenadora.

Até agora, 11 cidades notificaram o aparecimento das "bolotas" de petróleo: Sirinhaém, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Recife, Olinda, Paulista, Igarassu, Itamaracá, Goiana, Ipojuca e Tamandaré. Há relatos também de fragmentos achados em praias da Paraíba e da Bahia.

As equipes envolvidas nos trabalho seguem fazendo monitoramento das praias ao longo desta semana. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semas) deve divulgar no início da noite um balanço atualizado com as informações do dia.

Banho segue liberado
A coordenadora de fiscalização da CPRH explica ainda que o banho nas praias onde há relatos de aparecimento do óleo segue liberado. "Se você entra no mar e vê lixo, vê esgoto, você não vai entrar. É a mesma coisa: se você viu uma bolota de petróleo e tiver na região, é bom sair para ter o contato. O governo não está orientando que cesse o banho de mar nesse momento, podemos curtir a praia", ponderou Silvana. 

"Os órgãos estão monitorando, recolhendo, as prefeituras foram todas acionadas para fazer a limpeza urbana de forma rápida. Estamos monitorando com drone, sobrevoo. Estamos fazendo nosso trabalho para que a população fique tranquila", completou a coordenadora.

Orientação
A Semas orienta que caso a população encontre o material deve entrar em contato pelo (81) 9.9488-4453. As prefeituras também podem ser acionadas. 

óleoóleo achado em 2019 (Foto: Léo Malafaia/Arquivo/Folha de Pernambuco)

Desastre ambiental
Manchas de óleo
tomaram conta de diversas praias do litoral brasileiro, especialmente do nordestino, em 2019. Mais de 100 municípios de 11 estados do Nordeste e do Sudeste relataram os vestígios. O caso é considerado o maior desastre ambiental já registrado na costa do País.

Investigação da Polícia Federal (PF) indica que um navio petroleiro de bandeira grega é o principal suspeito do derramamento de óleo. De acordo com a corporação, a embarcação atracou na Venezuela e lá permaneceu por três dias. O navio seguiu para Singapura e aportou na África do Sul. O vazamento teria ocorrido a 700 quilômetros da costa brasileira entre os dias 28 e 29 de julho de 2019 durante esse deslocamento.

Mais de 1,5 mil toneladas de óleo foram retiradas de praias e rios pernambucanos entre 17 de outubro e 1º de novembro de 2019. O material virou combustível para indústria de cimentos.

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