Lei de Essequibo reafirma ''padrão ditatorial'' na Venezuela, segundo Almagro
Organização dos Estados Americanos (OEA) condena a aprovação desta lei por considerar que "é absolutamente contrária aos princípios mais básicos do direito internacional"
A lei venezuelana sobre a disputada região de Essequibo, território rico em petróleo administrado pela Guiana, reafirma o "padrão ditatorial" do presidente Nicolás Maduro, denunciou nesta segunda-feira (8) a secretaria-geral da OEA, presidida por Luis Almagro.
A lei venezuelana reafirma a soberania do país sobre o Essequibo ao designar o território de 160.000 km2 como um novo estado da Venezuela.
Em comunicado, a secretaria-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) condena a aprovação desta lei por considerar que "é absolutamente contrária aos princípios mais básicos do direito internacional e reafirma mais uma vez o padrão ditatorial de quem detém o poder na Venezuela".
Suas "normas 'legislativas' relembram os antecedentes de tristes episódios históricos que levaram a anexações forçadas, agressões militares e destruição", alerta o gabinete de Almagro.
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"A paz e a segurança regionais dependem de impedir o regime venezuelano de avançar com estes objetivos ameaçadores", acrescenta a secretaria-geral sobre o que chama de "atitudes bélicas e intimidação de países e atores internacionais".
Na sua opinião, as ações de Maduro ameaçam "o legado chavista de ter relações de paz e harmonia" com os países da Comunidade do Caribe (Caricom).
O texto também menciona uma lei promovida no Parlamento venezuelano para punir o "fascismo", termo com que o governo Maduro se refere a opositores e críticos.
"O uso combinado da repressão interna com a postura agressiva" em relação à Guiana "é um novo marco na espiral infinita de pobreza moral e política do regime venezuelano", denuncia o gabinete de Almagro.