CULTURA E REPRESENTATIVIDADE

Autores negros vão lançar livros em festival de literatura, em Petrolina

Evento acontecerá no auditório da Universidade Federal do Vale do São Francisco, em Petrolina

Professor Guilherme Araújo e jornalista Jaqueline FragaProfessor Guilherme Araújo e jornalista Jaqueline Fraga - Foto: Divulgação

A região do Vale do São Francisco, no Agreste pernambucano, entra na contagem regressiva para a chegada do 2º Festival Pernambucano de Literatura Negra (Flipen), que deve acontecer nesta quinta-feira (27), na Universidade Federal Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina.

Na oportunidade, serão lançados dois livros de autores negros que vivenciaram experiências exponenciais na carreira profissional.

Entre os destaques, está o livro-reportagem "Pandemia: Os Reflexos da Maior Emergência Sanitária do Planeta", de autoria da jornalista recifense Jaqueline Braga, que já integrou a equipe de Cotidiano da Folha de Pernambuco.

Quem também vai lançar um livro é o professor universitário Guilherme Araújo. A obra dele tem por título "Um Nordestino Numa Universidade Alemã". A programação será realizada no auditório da Univasf, às 17h. O evento conta com patrocínio do Banco do Nordeste, via Lei de Incentivo à Cultura.

O livro-reportagem de Jaqueline Fraga é construído em 15 reportagens,  trazendo o olhar da escritora sobre importantes momentos vivenciados durante a pandemia da Covid-19. A edição detalha, por exemplo, fatos que chamam atenção da jornalista à época, como as buscas por vacina, as relações familiares e profissionais em meio à pandemia, bem como as retomadas após os momentos mais críticos.

A narrativa presente no volume é costurada por depoimentos de secretários de saúde, pesquisadores, médicos, chefes do executivo e especialistas de diferentes áreas. Entre as matérias que compõem o livro está, inclusive, a reportagem "Consciência Negra: profissionais de saúde negros buscam representatividade",   vencedora do Prêmio AMPE de Jornalismo em Saúde, em 2022. 

Já o livro de Guilherme Araújo traz uma linguagem em formato de um diário de bordo, no qual relata experiências vividas, pela primeira vez, durante o intercâmbio estudantil que ele fez, na Philipps Universität Marburg, realizado entre os anos de 2007 e 2008. Araújo vem de origem de família humilde, viveu boa parte do tempo no subúrbio do Recife, e, atualmente, encontra-se morando em Petrolina.

Além dos lançamentos, a FLIPEN oferece uma agenda recheada de atividades, gratuitas para os leitores,  que inclui saraus e sessão coletiva de autógrafos. Para fortalecer o debate e aumentar a visibilidade da literatura negra e as várias formas de combate ao preconceito racial, o festival vai promover várias mesas-redondas e debates sobre os seguintes temas: poesia e representatividade; mulheres negras na literatura; literatura e intelectualidade como instrumentos políticos; jornalismo literário e literatura de não-ficção.

Fraga participa de debate, ainda hoje
No Brasil, as mulheres negras enfrentam uma trajetória histórica marcada por lutas e conquistas na busca por ocupação de postos de trabalho, reconhecimento profissional, equidade salarial e acesso à formação. Desde os tempos da escravidão até os dias atuais, essas mulheres têm desafiado as barreiras impostas pela sociedade ocupando seu lugar que é de direito. 

Para contribuir com sua visão sobre este cenário, a jornalista pernambucana Jaqueline Fraga participa, nesta quarta-feira (26) de um bate-papo com estudantes da Escola de Referência em Ensino Médio Clementino Coelho, localizado na Avenida da Integração, SN, Jardim Maravilha, Petrolina. O encontro será realizado das 9h às 10h. A atividade é exclusiva para os estudantes da unidade de ensino. 

A jornalista Jaqueline FragaA jornalista Jaqueline Fraga | Foto: Divulgação

O evento, intitulado “Ascensão da Mulher Negra do Mercado de Trabalho”, promete ser um espaço de troca e aprendizado, abordando questões essenciais ao público. Jaqueline Fraga, conhecida por sua forte atuação na comunicação social, tem uma vida pautada na cobertura de temas ligados aos direitos humanos e sociais.

“A expectativa é que a roda de diálogo contribua para ampliar o horizonte dos jovens participantes, incentivando-os a buscar seus sonhos e a lutar por um futuro melhor” , pontuou a palestrante. 

A jornalista, que já recebeu diversos prêmios por suas reportagens, compartilhará sua trajetória profissional e as barreiras que enfrentou ao longo do caminho até se consolidar no mercado de trabalho. 

Na ocasião, os alunos terão a oportunidade de interagir diretamente com a comunicadora, fazendo perguntas e compartilhando suas próprias experiências e perspectivas.

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