Leopard 2, o tanque alemão reivindicado pela Ucrânia
O Leopard 2 combina potencial de fogo, mobilidade e proteção
O Leopard 2 é um tanque pesado que a Ucrânia pedia há meses à Alemanha e às potências ocidentais, e uma arma de renome mundial suscetível de causar um impacto "significativo" no campo de batalha.
A Alemanha anunciou nesta quarta-feira (25) que vai entregar à Ucrânia 14 tanques Leopard 2A6 das suas reservas do Exército e permitirá o envio dos países europeus que queiram abastecer Kiev com as viaturas blindadas que possuem, conforme reivindicado pela Polônia.
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Múltiplas vantagens
O Leopard 2 combina potencial de fogo, mobilidade e proteção. Desenhado pelo fabricante alemão Krauss-Maffei, foi produzido em série desde o fim dos anos 1970 para substituir os tanques americanos M48 Patton e, depois, os Leopard 1.
Até hoje, 3.500 exemplares saíram das cadeias de produção.
Este tanque de combate de 60 toneladas está dotado de um canhão de calibre 120 mm. É capaz de disparar em movimento e seu motor de 1.500 cavalos de potência permitem que alcance uma velocidade máxima de 70 km/h.
Segundo o fabricante, também possui "proteção passiva integral", eficaz contra minas e lança-foguetes. Também conta com ferramentas tecnológicas que permitem localizar e atacar o inimigo a uma grande distância.
Ampla disponibilidade na Europa
Outra vantagem é que o Leopard está bastante difundido na Europa, o que facilita o acesso a munições e peças de reposição e simplifica os trabalhos de manutenção.
Os quatro últimos modelos continuam em serviço, entre eles o 2A4, do qual a Polônia propõe entregar a Kiev 14 exemplares.
A Alemanha, que segundo a imprensa teria um total de 312 Leopard 2, dos quais cem estão em manutenção, entregará 14 exemplares do modelo 2A6.
Este modelo está equipado com um canhão 1,32 metro mais longo do que as versões anteriores e pode disparar munições mais potentes com maior precisão. Este tanque, que foi usado no Afeganistão, também possui proteção aprimorada contra minas.
A Finlândia, equipada com mais de 200 exemplares, segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), também está disposta a entregar alguns deles a Kiev.
A Holanda também poderia entregar 18 tanques 2A4, disse o primeiro-ministro Mark Rutte. A Espanha também está disposta a participar desse esforço.
A Grécia, com 350 tanques, e a Turquia, que os usou contra as forças curdas no norte da Síria, são os países que mais têm 2A4.
Tempo de entrega
A melhor solução seria que os países dispostos a contribuir enviassem tanques do modelo 2A4.
"É muito importante que seja fornecido o mesmo modelo, por questões de treinamento e logística", o que facilitaria, por exemplo, o envio de peças de reposição, explicou à rádio alemã RND o ex-inspetor do Exército, general Bruno Kasdorf.
Na Alemanha, o grupo de armas Rheinmetall, que fornece o canhão do tanque e seus sistemas eletrônicos e tem dezenas de tanques de modelos antigos, já alertou que poderia entregar um total de 139 tanques Leopard dos tipos 1 e 2.
"Não sei quando chegarão os primeiros tanques alemães, mas vamos começar a treinar muito rapidamente e esclarecer as rotas de abastecimento muito em breve, e acho que os primeiros tanques Leopard (2A6) podem estar na Ucrânia em cerca de três meses" disse o ministro da Defesa, Boris Pistorius.
Impacto "significativo" no campo de batalha
Se Kiev pudesse receber um total de 100 tanques Leopard, o efeito seria "significativo" no campo de batalha contra as forças russas, garante o IISS.
A Ucrânia poderia, assim, "salvar suas infraestruturas de energia e salvar os ucranianos dos crimes russos", disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba.
Com os Leopard 2, "um exército pode romper as linhas inimigas e pôr fim a uma longa batalha de trincheiras", confirma Armin Papperger ao jornal alemão Bild. "Com o Leopard, os soldados podem avançar dezenas de quilômetros de uma só vez."