Submarino

Líder da equipe de buscas do submersível Titan se emociona ao lembrar como encontrou destroços

Edward Cassano, executivo-chefe da Pelagic Research Services, pediu desculpas e justificou que processava 'muitas emoções', enquanto segurava o choro

Edward Cassano, executivo-chefe da Pelagic Research Services, em entrevista coletivaEdward Cassano, executivo-chefe da Pelagic Research Services, em entrevista coletiva - Foto: Reprodução/Twitter

O executivo-chefe da Pelagic Research Services, que liderou e equipe de buscas que encontrou os destroços do Titan, ficou emocionado ao lembrar do momento em que localizou as partes desmembradas do submersível. Edward Cassano precisou segurar as lágrimas enquanto falava com jornalistas nesta sexta-feira em Buffalo, nos Estados Unidos.

Cassano disse que sua equipe estava focada no resgate, mas as esperanças acabaram quando o Odysseus 6K, um veículo operado remotamente em águas profundas (ROV) pela Pelagic, chegou ao local do naufrágio do Titanic 90 minutos após ser colocado no mar.

— Nosso plano de resgate era: imediatamente após encontrar Titan, agarrá-lo o mais rápido possível e começar a recuperação — afirmou Cassano. — Pouco depois de chegar ao fundo do mar, descobrimos os destroços do submersível Titan. Por volta das 12 horas, um resgate se transformou em uma recuperação [de destroços] — acrescentou.

Em seguida, Cassano pediu desculpas aos jornalistas, afirmou que estava processando "muitas emoções" e pediu que todos reconheçam a "gravidade do acontecimento".

— Estamos muito tristes por não termos conseguido recuperar um submarino viável, mas apesar disso o sistema [de buscas e resgate] funcionou — disse. — Temos que nos desculpar - há muitas emoções e as pessoas estão cansadas.

Cassano explicou que o Titan perdeu o contato por volta das 17h45 do dia 18 de junho. A Pelagic foi acionada pouco depois, às 18h, pela OceanGate Expeditions, responsável pelo submersível. A empresa queria ajudar nas buscas.

De acordo com Cassano, a Pelagic ainda encontrou um outro ROV que sofreu problema mecânico. O equipamento era da empresa Deep Energy e tinha capacidade de descer somente até 2,7 mil metros.

Destroços resgatados
Os destroços do submersível Titan, que implodiu no fundo do Atlântico enquanto tentava alcançar os destroços do Titanic, foram trazidos de volta à terra nesta quarta-feira. Os pedaços de metal foram descarregados do navio Horizon Arctic em um cais da Guarda Costeira canadense. Junto da carcaça do submarino, também foi encontrado matéria orgânica, supostamente restos mortais dos passageiros.

Todos os cinco tripulantes do submersível foram dados como mortos, após as autoridades concluirem que o veículo implodiu em meio a uma viagem rumo ao naufrágio do Titanic. O material encontrado será submetido a análise.

Os destroços serão levados para um porto dos EUA, onde o Conselho de Investigação da Marinha fará mais análises e testes. Profissionais médicos dos Estados Unidos “realizarão uma análise formal de supostos restos humanos que foram cuidadosamente recuperados nos destroços no local do incidente”, disse a Guarda Costeira em um comunicado.

O Titan foi considerado desaparecido no dia 18 de junho, e a Guarda Costeira anunciou na quinta-feira que as cinco pessoas a bordo do submersível morreram depois que a embarcação sofreu uma implosão catastrófica.

Um campo de destroços foi encontrado no fundo do mar, na semana passada, a 500 metros da proa do Titanic, que está a quase 4 km de profundidade e 600 km da costa de Terra Nova, Canadá.

O cargueiro Polar Prince, de bandeira canadense, rebocou o Titan para o mar no fim de semana anterior, mas perdeu contato com o submersível 1h45 após iniciada a descida para a área de naufrágio do Titanic.

O anúncio da implosão, na quinta passada, encerrou uma operação multinacional de busca e resgate que chamou a atenção do mundo desde o desaparecimento da embarcação turística.

Órgãos dos Estados Unidos, Canadá, França e Reino Unido vão participar de investigações sobre o incidente que resultou na implosão do submarino Titan, da empresa OceanGate, na semana passada. Um relatório final será enviado à Organização Marítima Internacional e a outros grupos.

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