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Internacional

Líderes de extrema-direita pedem solidariedade europeia na crise da Ucrânia

O presidente russo, Vladimir Putin, nega a intenção de invadir o país, mas exige o fim do que considera uma interferência dos Estados Unidos e dos países ocidentais em sua área de influência

Vladimir PutinVladimir Putin - Foto: Sergei Guneyev/Sputnik/AFP

Os líderes europeus de extrema-direita, incluindo os primeiros-ministros da Hungria e Polônia, pediram neste sábado (29) em Madri a unidade do continente na crise entre Ucrânia e Rússia, em uma declaração que não foi apoiada pela francesa Marine Le Pen.

"As ações militares da Rússia na fronteira leste da Europa nos levaram à beira de uma guerra", afirma a declaração final da reunião organizada pelos partidos de extrema-direita em Madri, segundo um trecho do texto lido à imprensa por Jorge Buxadé, porta-voz do espanhol Vox.

"A solidariedade, a determinação e a cooperação em termos de defesa entre as nações da Europa são necessárias diante de tais ameaças", acrescenta o texto.

A situação na Ucrânia foi um dos temas da reunião, que teve as presenças dos primeiros-ministros da Hungria, Viktor Orban, e Polônia, Mateusz Morawiecki, da candidata à presidência francesa Marine Le Pen e de Santiago Abascal, líder do partido anfitrião, o espanhol Vox.

No momento em que a França mantém conversas diretas com a Rússia para acalmar a situação, e que a Alemanha se recusa a enviar armamentos à Ucrânia, Orban e Morawiecki pediram a seus aliados de demonstrem união.

Marine Le Pen, no entanto, se distanciou da declaração alegando que não deseja interferir nas negociações do presidente Emmanuel Macron: "Não quero de forma alguma que o que se decide hoje influencie (...) a liberdade do presidente nas negociações", afirmou.

Os poloneses e húngaros "tentaram explicar aos nossos amigos que, se você vive em Madri, o que acontece na fronteira russo-ucraniana não tem um impacto imediato sobre você", disse Orban.

"Mas para nós, que vivemos na Europa central, é um tema muito importante e pedimos a todas as partes que defendam a paz e a desescalada", afirmou o húngaro. 

A Rússia concentra tropas na fronteira com a Ucrânia, o que provoca o temor de uma invasão. 

O presidente russo, Vladimir Putin, nega a intenção de invadir o país, mas exige o fim do que considera uma interferência dos Estados Unidos e dos países ocidentais em sua área de influência, e de forma concreta que Otan interrompa sua expansão para o leste.

O encontro de Madri foi o segundo dos partidos de extrema-direita, após a reunião de dezembro em Varsóvia. O objetivo é avançar na construção de uma frente comum no Parlamento Europeu, porque as formações, cujo surgimento e multiplicação na Europa é algo relativamente recente, estão dispersas em diferentes bancadas.

"Avançamos neste trabalho fundamental que realizamos, que tem como objetivo final a constituição de um grupo muito amplo", declarou Marine Le Pen.

Os partidos convocados criticam o que consideram o poder excessivo da União Europeia nas questões de Estado, a imigração ilegal, em particular de muçulmanos, ou a desindustrialização.

O encontro também serviu a interesses domésticos, como no caso de Le Pen, que, cercada de aliados internacionais, incluindo dois chefes de Governo, estabelece uma diferença com seu principal rival na extrema-direita francesa, Eric Zemmour, antes das eleições presidenciais em abril. 

Le Pen se reuniu com Orban antes do encontro dos partidos.

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