Limitar o consumo de café a um único período do dia reduz o risco de morte, diz estudo; veja qual
O trabalho foi publicado na revista científica European Heart Journal
O café é um aliado importante dos brasileiros quando se trata de ganhar uma energia extra ou se manter acordado por mais algumas horas. Novas evidências apontam que optar pela bebida apenas no café da manhã é mais benéfico para a saúde do coração e também diminui o risco de mortalidade geral.
Os pesquisadores também observaram que isso independe da quantidade de café ingerida, assim como o tipo de grão e outros fatores. As descobertas foram publicadas na revista científica European Heart Journal, o periódico oficial da Sociedade Europeia de Cardiologia.
“Este é o primeiro estudo que testa padrões de tempo de consumo de café e resultados de saúde. Nossas descobertas indicam que não é apenas se você bebe café ou quanto você bebe, mas a hora do dia em que você bebe café que é importante. Normalmente não damos conselhos sobre tempo em nossas orientações alimentares, mas talvez devêssemos pensar sobre isso no futuro”, afirma Lu Qi, autor principal e professor na Tulane University, nos EUA, em comunicado.
Leia também
• Pronto para largar o vape no ano que começa? Estudo revela as melhores maneiras
• Os seis benefícios do chá feito com o caroço do abacate (e aprenda como fazer)
• Veja quantas calorias você precisa no café da manhã para um envelhecimento saudável
Para o estudo, dados de 40.725 adultos ligados à saúde e alimentação foram analisados. Eles foram recolhidos através da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição dos EUA (NHANES na sigla em inglês), conduzida entre os anos de 1999 e 2018. E também foi incluído um subgrupo de 1.463 pessoas que preencheram um diário detalhado de alimentos e bebidas durante 7 dias.
Os dois tipos de café, com cafeína e descafeinado foram analisados. Já os horários do dia foram separados em três categorias: a manhã foi definida como das 4h às 11h59, a tarde das 12h às 16h59 e a noite das 17h às 3h59.
A equipe observou que cerca de 36% das pessoas no estudo bebiam café pela manhã (elas bebiam café principalmente antes do meio-dia), 16% das pessoas bebiam café ao longo do dia (manhã, tarde e noite) e 48% não bebiam café.
Assim, comparados com pessoas que não bebiam café, aqueles que beberam café da manhã tinham 16% menos probabilidade de morrer de qualquer causa e 31% menos probabilidade de morrer de doença cardiovascular.
Além disso, foi observado que independente de serem pessoas que ingerem a bebida moderadamente (de duas a três xícaras por manhã) ou de forma mais "pesada" (mais de três xícaras), todos recebiam os mesmos benefícios. Já aqueles que beberam uma xícara ou menos tiveram uma pequena redução no risco.
“Uma possível explicação é que consumir café à tarde ou à noite pode interromper os ritmos circadianos e os níveis de hormônios como a melatonina. Isso, por sua vez, leva a mudanças nos fatores de risco cardiovascular, como inflamação e pressão arterial”, explica Qi.
Os pesquisadores reconhecem que novos estudos são necessários para estudar os mecanismos por trás do efeito protetor do café quando consumido pela manhã.
“Mais estudos são necessários para validar nossas descobertas em outras populações, e precisamos de ensaios clínicos para testar o impacto potencial de mudar o horário do dia em que as pessoas tomam café”, conclui o autor principal.
A maioria dos adultos pode consumir com segurança 400 mg de cafeína – ou a quantidade de cerca de quatro xícaras de café coado, ou seis doses de café expresso – por dia, de acordo com a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana. Para pessoas grávidas, as diretrizes atuais não recomendam mais do que 200 miligramas diários.