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Rio de Janeiro

Livro infantil lançado na Bienal mostra cientistas negras do Rio

Obra é assinada pela professora Ana Lúcia Nunes de Sousa, da UFRJ

Livro infantil lançado na Bienal mostra cientistas negras do Rio de JaneiroLivro infantil lançado na Bienal mostra cientistas negras do Rio de Janeiro - Ilustração May Dinis/Divulgação

Resultado dos projetos de extensão As incríveis cientistas negras: educação, divulgação e popularização da ciência, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e Mulheres negras fazendo ciência, do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet)-RJ, campus Maria da Graça, foi lançada nesta segunda-feira (4), na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, a obra infantil Luanda no mundo da ciência.

O livro conta a história de cientistas negras do estado do Rio de Janeiro e é assinado por Ana Lúcia Nunes de Sousa, professora do Instituto Nutes de Educação em Ciências e Saúde (Nutes), da UFRJ, com ilustrações de May Dinis. Entre as professoras e cientistas negras da universidade citadas estão a filósofa e professora de história, Helena Theodoro; a engenheira química Michelle Mothé; e a dançarina e professora do curso de dança da instituição, Tatiana Damasceno, por exemplo.

Luanda no mundo da ciência destaca de forma lúdica as histórias de cientistas negras do Rio de Janeiro, a partir do olhar da menina Luanda, de 10 anos. Ana Lúcia explicou que, na história, Luanda precisa fazer uma redação para a escola sobre o que deseja ser quando crescer. Ao vê-la angustiada, sua prima mais velha Carol lhe apresenta o mundo das cientistas. Afirmou ser importante que as meninas negras conheçam cientistas também negras e entendam o alto impacto de suas pesquisas, nas diversas áreas do conhecimento, desde a dança até a astronomia.

O livro está sendo vendido na Bienal por R$ 20, no estande da Editora Kitembo, que está aceitando o cartão distribuído pelas secretarias municipal e de estado de educação para professores e alunos adquirirem livros no evento. O estande está localizado no Pavilhão Laranja, Calçada Literária CL 01.

Proposta
“Nós temos um projeto de pesquisas que mapeia cientistas negras do estado do Rio de Janeiro e um projeto de extensão que faz a divulgação do perfil, da trajetória dessas pesquisadoras”, disse Ana Lúcia à Agência Brasil. Segundo informou, a ideia do livro nasceu das estudantes do projeto, tanto do ensino médio, como do ensino superior, que queriam levar a divulgação dessas pesquisas e a noção de que a ciência é possível para as meninas, para a mulher negra também, para meninas mais novas. “A escrita do livro surgiu dessas discussões”. Colégio Pedro II, campus Tijuca; Fundação Osório; e Colégio Estadual Professora Maria Terezinha Machado, na Praça Seca, zona oeste do município. Os projetos são abertos para qualquer escola e qualquer estudante e têm um ciclo organizado de atividades anuais.

O projeto foi elaborado durante a pandemia e, quando a UFRJ conseguiu financiamento para publicar o livro, a equipe inicial já tinha se dissolvido. Ana Lúcia assumiu então a tarefa de escrever o livro e levar a mensagem para crianças e adolescentes. A Editora Kitembo abraçou o projeto. “E agora, o livro está aqui, sendo lançado na Bienal e espero que chegue a muitas escolas públicas e a muitas crianças, principalmente meninas negras e periféricas, para que elas possam visualizar o caminho da ciência como uma possibilidade real para elas”, disse a autora.

Cento e vinte exemplares serão distribuídos gratuitamente nas bibliotecas das sete escolas com as quais o Nutes está trabalhando hoje: Colégio Pedro II, campus Tijuca; Fundação Osório; Colégio Estadual Professora Maria Terezinha Machado; Escola Popular de Agroecologia do Centro de Integração da Serra da Misericórdia; Escola Municipal Brant Horta; Cefet campus Petrópolis; e Cefet campus Maria da Graça. Outras escolas receberão também exemplares, mas em menor quantidade, informou a professora da UFRJ.

Apoio
O material tem função paradidática e pode também auxiliar em atividades pedagógicas de todas as disciplinas, em temáticas ligadas à cultura e à cidadania, que são transversais nos currículos escolares. A produção do livro contou com apoio da Pró-Reitoria de Extensão da UFRJ, do British Council e, também, da Fundaçāo Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), por meio do Programa Meninas e Mulheres nas Ciências Exatas e da Terra, Engenharias e Computaçāo – 2021.

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