Lorena teria morrido por inalação de fumaça tóxica, aponta laudo de hospital de SP
Documento do hospital, obtido pelo G1, mostra ainda que pernambucana teve orelha e nariz queimados e uma parada cardiorrespiratória por 17 minutos
A morte da pernambucana Lorena Muniz, de 25 anos, pode ter sido causada pela inalação de fumaça tóxica no incêndio que atingiu a clínica estética onde ela aguardava para colocar próteses de silicone nos seios.
É o que aponta laudo médico do Hospital das Clinicas de São Paulo. O G1 teve acesso ao prontuário de Lorena feito pelo hospital.
O incêndio ocorreu na última quarta-feira (17) e a morte cerebral da pernambucana foi confirmada quatro dias depois, já no domingo (21).
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"Paciente sedada em mesa cirúrgica para procedimento, inalou fumaça, teve parada cardiorrespiratória de 17 minutos no total", informa trecho do prontuário médico do hospital.
O documento aponta como possível causa do óbito a intoxicação por monóxido de carbono e cianeto e encefalopatia anóxia secundária por parada cardiorrespiratória.
A causa oficial da morte de Lorena será confirmada quando a Polícia Civil receber o resultado do laudo do Instituto Médico Legal (IML).
O caso
Lorena Muniz foi a São Paulo para colocar silicone nos seios, um sonho. Ela foi em busca de um cirurgião conhecido por esse tipo de procedimento em Taboão da Serra.
A pernambucana deixou R$ 4 mil com a clínica. O combinado, segundo Washington Barbosa, o Tom Negro, marido de Lorena, foi pagamento de metade do valor antes do procedimento e da outra metade depois.
Na última quarta-feira (17), Lorena foi deixada sedada, inconsciente, na clínica, em meio a um incêndio, ocasionado por um curto-circuito.
"O ar-condicionado pegou fogo, todos saíram correndo, ela ficou lá, inconsciente, sedada, inalando fumaça. Chegou a ficar por sete minutos inconsciente, e isso gerou um prejuízo para o oxigênio no cérebro dela, segundo os médicos", explicou Tom em publicação em rede social.
Ela chegou a ser socorrida para o Hospital das Clínicas, em São Paulo, onde ficou internada em estado grave. Lorena não resistiu e teve a morte cerebral confirmada no domingo (21).