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Lucia Hippolito estava afastada há 10 anos por Síndrome de Guillain-Barré; entenda

Jornalista morreu nesta quarta-feira (21) no Rio de Janeiro; além de lidar com a doença autoimune, Lucia sofreu metástase de um câncer de útero

Lucia Hippolito Lucia Hippolito  - Foto: Arquivo pessoal

Aos 72 anos, a jornalista, cientista política e historiadora Lucia Hippolito morreu, nesta quarta-feira (21), no Hospital Samaritano, em Botafogo, no Rio de Janeiro. Ela estava internada para tratar um câncer no pulmão, resultado de uma metástase de um tumor anterior no colo do útero.

Além da grave situação oncológica, Lucia enfrentava outro problema de saúde. Há 10 anos, a jornalista se afastou do trabalho após ter sido diagnosticada com Síndrome de Guillain-Barré, uma doença autoimune rara que leva o próprio sistema imunológico a atacar partes do sistema nervoso que conectam o cérebro com outras partes do corpo.

Segundo o Ministério da Saúde, a maior parte das pessoas percebe como primeiros sintomas da síndrome uma sensação de dormência ou queimação nas extremidades dos membros inferiores (pés e pernas) e, em seguida, nos superiores (mãos e braços).

Veja todos os sintomas:
Sonolência;

Confusão mental;

Coma;

Crise epiléptica;

Alteração do nível de consciência;

Perda da coordenação muscular;

Visão dupla;

Fraqueza facial;

Tremores;

Redução ou perda do tono muscular;

Dormência, queimação ou coceira nos membros.

A pasta também aponta que são de 1 a 4 casos por 100 mil pessoas registrados anualmente no Brasil, especialmente entre os 20 e 40 anos de idade. No caso de Lucia, em 2012, ela passou mal durante férias em Paris, na França, quando perdeu os movimentos das pernas.

A síndrome não tem cura, porém há tratamentos que conseguem aliviar os sintomas e impedir o avanço da doença. Ele pode envolver medicamentos como imunobiológicos, procedimentos de transfusão de plasma sanguíneo e técnicas de reabilitação.

Causa da morte
Após anos lidando com a síndrome, Lucia foi diagnosticada com o primeiro câncer, de quatro centímetros, no colo do útero, em setembro de 2022. Na época, fez uma histerectomia total, que é a remoção cirúrgica do útero e do colo do útero. No procedimento, foram retirados também os ovários.

Embora tenha se recuperado, em maio deste ano a jornalista passou a sentir fortes dores, e recebeu o diagnóstico de uma metástase do câncer na coluna, no abdômen e no pulmão. O quadro, grave, ocorre quando as células cancerígenas de um tumor progridem, entram na corrente sanguínea, e atingem outros órgãos além do original.

"O câncer em geral nasce em algum órgão, o que chamamos de sítio primário. Quando ele está apenas ali, ele está em estágio inicial. Mas sem tratamento, ele cresce e começa a se espalhar" — explicou o diretor médico de Oncologia e Hematologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo, William Nassib William Junior, coordenador do comitê de tumores torácicos da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), em reportagem recente do Globo.

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