Luigi Mangione: Preso por matar CEO não se comunicava com familiares há meses
Atirador foi localizado em um McDonald's de Altoona, na Pensilvânia, nesta segunda-feira
Preso pelo assassinato do presidente-executivo da UnitedHealthcare — maior seguradora de saúde dos Estados Unidos —, o americano Luigi Mangione teve desaparecimento registrado pela mãe na cidade de São Francisco em 18 de novembro, segundo a polícia, semanas antes de atirar e matar Brian Thompson em frente a um hotel de luxo de Nova York.
Ainda segundo a polícia, ele teria deixado de se comunicar com amigos e familiares há aproximadamente seis meses. Mangione foi localizado em um McDonald's de Altoona, na Pensilvânia, nesta segunda-feira.
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A polícia investiga a motivação do assassinato do CEO, atribuído a Mangione, com quem foi encontrado um manifesto escrito à mão, em que criticava as empresas de saúde por priorizarem os lucros em detrimento do cuidado, de acordo com um alto funcionário da polícia.
Nesta terça-feira, a família de Luigi Mangionese manifestou sobre a prisão. Por meio de postagem na rede social de Nino Mangione, disse ter descoberto informações do caso pela imprensa e se disse "devastada".
"Nossa família está chocada e devastada pela prisão de Luigi", afirma a nota. "Oferecemos nossas orações à família de Brian Thompson e pedimos que as pessoas orem por todos os envolvidos."
Morte de CEO
Mangione foi preso pela polícia da Pensilvânia, nos Estados Unidos, nesta segunda-feira, com uma arma "fantasma" — montada a partir de peças compradas online — semelhante à utilizada no assassinato do CEO da seguradora de saúde UnitedHealthcare. Brian Thompson foi morto na última quarta-feira em Nova York. O suspeito foi identificado a partir de uma dica de alguém que o viu por volta das 9h15 em um restaurante McDonald's em Altoona, disse uma das autoridades.
Ele mostrou à polícia a mesma identificação falsa de Nova Jersey apresentada quando fez check-in em um albergue no Upper West Side de Manhattan em 24 de novembro. Além da arma, tinha um silenciador e outras carteiras de identidade falsas.
A polícia procurava o atirador desde o ataque da última quarta-feira contra Thompson, com a suspeita de que ele havia deixado Nova York de ônibus logo depois do crime.
O suspeito chegou a Altoona, no oeste da Pensilvânia, em um ônibus Greyhound. Foi também por um ônibus dessa companhia que o assassino chegou a Nova York dez dias antes de cometer o crime. De acordo com o chefe dos detetives, ele chegou à cidade de um ônibus que saiu de Atlanta e fez várias paradas no trajeto, embora a polícia não tenha informado onde ele embarcou.
Como aconteceu o crime?
O atirador chegou a Nova York em 24 de novembro e, dez dias depois, abriu fogo contra Thompson fora da conferência anual de investidores de sua empresa, realizada em um hotel próximo ao Radio City Music Hall e ao Rockefeller Center.
Durante a caçada pelo suspeito, a polícia americana divulgou imagens do homem, incluindo duas captadas de dentro de um carro. Numa delas, o suspeito aparecia no banco de trás de um táxi, com moletom, capuz e máscara facial.
Já na segunda, ele estava fora do veículo, também com o rosto coberto. As imagens foram divulgadas depois de a imprensa americana reportar que investigadores recolheram uma mochila perto do local do crime e encontraram nela uma jaqueta da marca Tommy Hilfiger e notas de dinheiro do jogo de tabuleiro Banco Imobiliário.
O FBI oferecia uma recompensa de US$ 50 mil (mais de R$ 300 mil) por informações sobre o suspeito. No sábado, o prefeito de Nova York, Eric Adams, afirmou que a rede estava se fechando em torno do criminoso.