Mercosul

Lula acredita que UE receberá contraproposta do Mercosul nas próximas semanas

Em março, a UE apresentou aos países do Mercosul uma minuta com sua visão do que o capítulo ambiental adicional deveria incluir no acordo comercial

LulaLula - Foto: François Walschaerts / AFP

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, previu nesta quarta-feira (19) um prazo de duas a três semanas para que os países do Mercosul apresentem à União Europeia (UE) uma contraproposta sobre o capítulo ambiental para um acordo entre os blocos.

"A resposta brasileira está sendo discutida entre os quatro países (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e em duas ou três semanas entregaremos a proposta à União Europeia", disse Lula em uma entrevista coletiva em Bruxelas.

"Estou otimista de que concluiremos este acordo ainda este ano. E digo ainda este ano porque seria muito bom se pudéssemos concluir o acordo com a Espanha na presidência da UE e minha presidência 'pro tempore' à frente do Mercosul", acrescentou.

Em março, a UE apresentou aos países do Mercosul uma minuta com sua visão do que o capítulo ambiental adicional deveria incluir no acordo comercial negociado entre os dois blocos, um texto que o Brasil criticou de maneira veemente.

"A Europa fez uma carta agressiva para o Mercosul, que ameaçava com sanções caso não cumpríssemos determinados requisitos ambientais", disse.

Por este motivo, quando a presidente da Comissão Europeia (o Executivo da UE), Ursula von der Leyen, visitou o Brasil, Lula afirmou que "sócios estratégicos não discutem com ameaças, e sim com propostas".

UE e Mercosul anunciaram em 2019, após duas décadas de negociações, um princípio de acordo, mas rapidamente o processo ficou estagnado porque os europeus exigem um capítulo adicional ao acordo sobre questões ambientais.

"Não aceitamos a carta adicional da UE. É impossível imaginar que entre parceiros históricos, como nós, alguém faça uma carta com ameaças. Preparamos nossa resposta e acreditamos que a UE concordará com ela", afirmou.

Lula disse ainda que é como se a carta apresentada pela UE tivesse sido elaborada "por alguém pensando que se nos pressionassem nós cederíamos".

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