guerra no oriente médio

Lula aponta "falência de instituições internacionais": "Perderam credibilidade"

Presidente brasileiro voltou a criticar o Conselho de Segurança da ONU, e afirmou que o Brasil trabalhou "incansavelmente pela paz", mas que as soluções foram "reiteradamente frustradas pelo direito de veto"

Presidente LulaPresidente Lula - Foto: Evaristo Sá/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (17) que as instituições internacionais perderam a "efetividade e credibilidade" e que a "falência" dessas entidades está evidenciada pelas "tragédias humanitárias" atuais.

O presidente participou pela manhã da cúpula virtual "Vozes do Sul Global", a convite do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, com outros 125 países.

Em seu discurso, Lula voltou a criticar o Conselho de Segurança da ONU, e afirmou que o Brasil trabalhou "incansavelmente pela paz", mas que as soluções foram "reiteradamente frustradas pelo direito de veto". Lula disse ainda que é preciso "resgatar a confiança no multilateralismo".

"As tragédias humanitárias a que estamos assistindo evidenciam a falência das instituições internacionais. Por não refletirem a realidade atual, elas perderam efetividade e credibilidade. Em seu mandato no Conselho de Segurança da ONU, o Brasil tem trabalhado incansavelmente pela paz. Mas as soluções são reiteradamente frustradas pelo direito de veto. Precisamos resgatar a confiança no multilateralismo."

Sem citar o conflito entre Israel e Hamas ou a guerra entre Rússia e Ucrânia, Lula afirmou que é preciso "recuperar nossas melhores tradições humanistas" e que "nada justifica que as principais vítimas dos conflitos sejam mulheres e crianças".

O presidente afirmou ainda que é preciso "restituir a primazia do direito internacional, inclusive o humanitário".

"Precisamos recuperar nossas melhores tradições humanistas. Nada justifica que as principais vítimas dos conflitos sejam mulheres e crianças. É preciso restituir a primazia do direito internacional, inclusive o humanitário, que valha igualmente para todos, sem padrões duplos ou medidas unilaterais."

Lula tem feito reiteradas críticas ao formato de funcionamento do Conselho de Segurança da ONU. Durante a presidência do Brasil no órgão, o país apresentou uma resolução sobre o conflito entre Israel e Hamas que pedia, entre outros pontos, a criação de um corredor de ajuda humanitária para Gaza. A proposta foi vetada pelos Estados Unidos.

Na terça-feira (14), Lula voltou a pedir a reforma do Conselho de Segurança e o fim do poder de veto.

"A ONU precisa mudar. A ONU de 1945 não vale mais nada em 2023. É por isso que a gente quer mudar a quantidade de pessoas e o funcionamento e acabar com o direito de veto" disse durante uma live.

Nesta semana, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a primeira resolução defendendo a libertação imediata de todos os reféns mantidos pelo Hamas e também a implementação de um regime de "pausas humanitárias" na Faixa de Gaza.

Lula também intensificou nos últimos dias as críticas às ações de Israel no conflito com o Hamas e já afirmou que o Estado "também está cometendo um ato de terrorismo". Como mostrou o Globo, avaliação é que o Brasil vai manter a linha de cobrar uma posição da comunidade internacional em relação ao que o governo classifica como atrocidades cometidas durante a reação de Israel.

Auxiliares do presidente dizem que, ao condenar os ataques de Israel, Lula busca conter a tragédia humanitária que está ocorrendo agora. São citados o cerco de tropas militares a hospitais, a morte de recém-nascidos e o fato de os moradores da Faixa de Gaza estarem sem acesso à água e energia.

A justificativa é que o tom do presidente subiu porque a situação piorou, a um ponto considerado intolerável. Membros do governo destacam que o país nunca deixou de condenar os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro, que deixaram cerca de 1.200 mortos em Israel.

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