Brasil

Lula decide nesta sexta-feira (20) se sanciona ou veta marco temporal de terras indígenas

Decisão ainda divide integrantes do governo

Indígenas se mobilizaram para acompanhar julgamento do marco temporalIndígenas se mobilizaram para acompanhar julgamento do marco temporal - Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá que decidir nesta sexta-feira (20) se sanciona ou veta o projeto de lei que estabelece o marco temporal para a demarcação de terras indígenas.

O veto total ou apenas parcial ao texto, aprovado pelo Congresso, divide os integrantes do governo. Lula vai optar entre confrontar deputados e senadores, que podem inclusive se articular para derrubar o seu veto, ou desagradar mais uma vez as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.

Ao longo do mês, cada ministério enviou para a Casa Civil pareceres sobre o projeto. As análises feitas pelas pastas do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas recomendaram o veto total.

Já a Advocacia Geral da União (AGU) defendeu veto ao ponto central do projeto, que limita a demarcação a terras que estavam ocupadas por indígenas em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. O entendimento é que o Supremo já julgou o marco temporal inconstitucional. Lula poderia sancionar outros pontos do texto, como o que estabelece a possibilidade de indenização para os proprietários de terra demarcada.

Outras alas do governo, porém, são favoráveis a uma sanção ao trecho central do texto e veto aos chamados “jabutis”. O projeto aprovado, além de estabelecer o marco temporal para demarcação, permite, por exemplo, que produtos transgênicos sejam cultivados em terras indígenas. Também abre possibilidade de que demarcações feitas no passado sejam revistas e flexibiliza o contato com povos isolados ao autorizar entidades privadas a realizar ações consideradas de utilidade pública com esses indígenas.

O receio desse grupo é provocar um conflito com o Senado, que aprovou o texto na semana passada, com amplo apoio da base do governo: dos 43 votos favoráveis à proposta, 34 vieram de partidos com cargos na gestão petista.

O projeto foi aprovado no Senado no dia 27 de setembro, depois de já ter passado pela Câmara. O texto foi enviado ao Palácio do Planalto e o prazo para Lula decidir pela sanção ou veto se encerra nesta sexta-feira.

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