Lula deve conversar com Maduro nesta quarta, dez dias após eleições na Venezuela
Presidente brasileiro também pretende falar com González, candidato da oposição
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode conversar, nesta quarta-feira, com o venezuelano Nicolás Maduro, dez dias depois das eleições conturbadas no país vizinho, cujo desfecho é incerto.
Segundo auxiliares de Lula, ainda não está fechado como será o formato do telefonema: se apenas o presidente brasileiro falará com Maduro, ou se o diálogo vai incluir os presidentes da Colômbia e do México, Gustavo Petro e López Obrador.
Em um segundo momento, o próximo a ser procurado é Edmundo González, que disputou a eleição com Maduro no último dia 28 de julho.
Leia também
• Na Venezuela, promotor abre investigação contra González após ele se autodeclarar presidente
• Lula e Macron concordam na necessidade de evitar cenário "Guaidó 2" na Venezuela
• Maduro pede boicote ao WhatsApp por "ameaças" contra a Venezuela
O atual presidente da Venezuela foi declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE)da Venezuela, que tem perfil chavista, mas a oposição não aceita e garante que González ganhou.
Brasil, Colômbia e México querem abrir um canal de negociação entre Maduro e González, para que seja encontrada uma solução para a crise que assolou a Venezuela, com prisões e mortes de manifestantes antichavistas.
Os três países também insistem na divulgação das atas eleitorais (os detalhes da votação por urna), para que fique comprovado quem realmente venceu a eleição.
O CNE informou, na segunda-feira, que enviou as atas à Justiça, que terá 15 dias para analisar os documentos, prazo que poderá ser prorrogado.
A demora preocupa o governo brasileiro que, apesar das pressões, mantém a posição de só se pronunciar a respeito de quem venceu após a divulgação dos boletins de urna.
Um ponto apontado por interlocutores da área diplomática como relevante em uma negociação entre Maduro e González é um possível revanchismo, caso fique comprovada a derrota do atual presidente. A avaliação é que Maduro só deixará o poder depois de apresentadas garantias.