Lula lamenta morte do brasileiro Michel Nisenbaum, sequestrado pelo Hamas
Corpo do vítima foi recuperado juntamente com outros dois corpos durante uma operação conjunta dos serviços de inteligência de Israel em Jabalia, no norte de Gaza, diz Exército
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou nesta sexta-feira (24) a morte do brasileiro Michel Nisenbaum, de 59 anos, capturado pelo grupo terrorista Hamas nos ataques sem precedentes contra o sul de Israel em 7 de outubro de 2023. Lula prestou solidariedade aos amigos e familiares de Nisenbaum, cujo corpo foi recuperado, juntamente com os de outros dois reféns, durante uma operação conjunta dos serviços de inteligência de Israel em Jabalia, no norte do território palestino.
"Soube, com imensa tristeza, da morte de Michel Nisembaum, brasileiro mantido refém pelo Hamas. Conheci sua irmã e filha, e sei do amor imenso que sua família tinha por ele. Minha solidariedade aos familiares e amigos de Michel. O Brasil continuará lutando, e seguiremos engajados nos esforços para que todos os reféns sejam libertados, para que tenhamos um cessar-fogo e a paz para os povos de Israel e da Palestina", escreveu o presidente em uma publicação no X (antigo Twitter).
Nisenbaum foi capturado pelos combatentes quando saiu para buscar a neta de quatro anos em uma base militar na cidade de Re’im, no sul do país, onde ela estava com o pai, um soldado do Exército israelense. A vítima era natural de Niterói, no Rio de Janeiro, mas morava em Israel há mais de 45 anos. Seu último contato com a família foi com uma das duas filhas, por volta das 7h da manhã do ataque terrorista.
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O brasileiro foi dado como desaparecido duas semanas depois, em 23 de outubro, após a Interpol ter informado o Itamaraty. Ainda em outubro, o governo brasileiro confirmou que Nisenbaum estava entre os desaparecidos do ataque do Hamas ao sul israelenses. Acredita-se que ele era o único brasileiro mantido como refém pelo grupo.
Lula chegou a se reunir com os a irmã e a filha de Nisembaum, em dezembro passado, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), após o encontro, disse que a libertação do refém brasileiro era preocupação principal do presidente. No Plenário, uma das filhas do sequestrado, Hen Mahluf, pediu que as autoridades brasileiras fizessem "tudo que podem” para ajudar a resgatar o seu pai.
A família da vítima divulgou um comunicado informando que o funeral do brasileiro será realizado no domingo, em Ashkelon.
Outros corpos recuperados
Além dele, também foram resgatados os corpos do franco-mexicano Orión Hernández Radoux, de 32 anos, e do israelense Hanan Yablonka, de 42. Os dois estavam no festival de música Nova durante o ataque. A festa rave foi um dos alvos do ataque terrorista onde houve mais vítimas. Segundo o Exército, todos os três reféns morreram durante o ataque do Hamas, e seus corpos foram levados para Gaza. A prática foi observada em conflitos anteriores na região, como na Segunda Guerra do Líbano, na qual grupos rivais sequestram corpos de israelenses para envolvê-los em trocas por prisioneiros vivos.
As famílias das vítimas foram informadas da confirmação da morte dos familiares após os exames de identificação forense, segundo o Exército. O Fórum de Reféns e Famílias desaparecidas afirmou, em um comunicado nesta sexta, que a recuperação dos corpos de sequestrados "é um lembrete silencioso, mas resoluto, de que o Estado de Israel é obrigado a enviar imediatamente equipes de negociação com uma exigência clara de chegar a um acordo que devolverá rapidamente todos os reféns para casa: os vivos para reabilitação e os assassinados para enterro."
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sob crescente pressão interna para conseguir a libertação dos reféns que permanecem em cativeiro no território palestino, afirmou nesta sexta-feira em um comunicado que "ao lado do povo israelense, minha mulher Sara e eu inclinamos a cabeça com profunda dor e abraçamos as famílias em luto neste momento difícil".