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Opinião

Lula um estadista?

A quebra do acordo nacional pelo fim dos desmandos dos governos petistas e em especial pela péssima administração de Dilma, fizeram a volta de Luiz Inácio Lula da Silva ao cenário político brasileiro. E, mais uma vez ele perde o rumo da história, ao querer ser novamente candidato ao cargo de presidente da República.

Sua eleição cumpriu o destino histórico, ao mostrar que qualquer pessoa pode chegar à presidência e não só as elites. Porém, não exerceu o governo com a responsabilidade de um estadista, não teve visão de nação. Administrou visando a perpetuação no poder de seu grupo político. E, mais grave são, segundo as denúncias nos processos criminais que ainda responde, os desvios de verbas públicas, em proveito próprio e do seu grupo. Fez dos programas de auxílios sociais, como a Bolsa Família, um instrumento para conquistar mais uma eleição. Aliás, a mesma intenção do Jair Bolsonaro. Não investiu na educação de base, preferindo investir na educação superior. Dando uma sensação, no cidadão menos favorecido de ascensão social.  Quando poderia ter criado um programa de emancipação econômica, cultural e política desta classe.

Agora, está tendo uma nova oportunidade de se redimir perante todo o Brasil, tornando- se o estadista que o país esperou que ele fosse em 2002. Podendo construir uma grande frente, junto com outras lideranças políticas, econômicas, culturais e socias, independente de pensamento e ideologia para vencermos o retrocesso capitaneado pelo atual presidente.

Sei que não é fácil para ele que conta com um expressivo apoio do eleitorado a seu favor. Contudo, a história do Brasil está cheia de renuncias pelo bem maior. Começando pelos nossos Imperadores, ambos renunciaram ao trono, para evitar uma guerra civil, Getúlio Vargas renunciou a própria vida, com este mesmo fim. João Goulart renunciou duas vezes a administração do país, em 1961, quando negociou o parlamentarismo e em 1964 quando não resistiu ao golpe militar. Sem falar nos que aderiram à frente ampla para a eleição de indireta de Tancredo Neves a presidência, neste caso, lembro o então Governador Roberto Magalhães, que foi o primeiro dirigente de um estado membro da federação a apoiar este movimento, que poderia não ter dado certo e ele teria sacrificado toda sua carreira política.

O Presidente Lula tem que reconhecer que o Brasil precisa superar esta divisão radical entre os partidários dos a favor e os do contra. As adversidades de pensamentos, as posições ideológicas de direta e esquerda são salutares quando as suas divergências resultam em um exercício político e administrativo compatível com a democracia.

*Advogado

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