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VISITA

Macron caminhará pela Avenida Paulista após jantar em São Paulo

Presidente da França vem ao Brasil na semana que vem e passará por Brasília, Belém, São Paulo e Rio

Presidente da França, Emmanuel MacronPresidente da França, Emmanuel Macron - Foto: Ludovic Marin/AFP

Em seu segundo dia de visita ao Brasil, na próxima quarta-feira, o presidente da França, Emmanuel Macron, pretende dar um passeio, a pé, pela Avenida Paulista. Após participar de um jantar com personalidades brasileiras, entre artistas e intelectuais, Macron caminhará do restaurante até o hotel onde ficará hospedado.

A caminhada por uma das avenidas mais famosas do Brasil faz parte da programação de uma viagem de três dias, a quatro cidades brasileiras, do mandatário francês. A visita ao Brasil terá quatro eixos: ambiental, defesa, econômico e político.

Eixo ambiental
Macron chegará a Belém (PA) — capital que vai sediar, em 2025, a Conferência Mundial sobre o Clima (COP30) — e será recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na terça-feira que vem. Com uma agenda restrita a temas ligados ao meio ambiente, Macron e Lula terão uma reunião bilateral em um navio.

De acordo com a secretária de Europa e América do Norte, Maria Luísa Escorel, Lula mostrará a Macron a complexidade da realidade amazônica.

— Não é só uma grande floresta, mas um local onde há uma grande população que depende da Amazônia para sua sobrevivência — explicou.

Eixo de defesa
À noite, em voos separados, os dois presidentes vão para o Rio. Na manhã de quarta-feira, eles irão juntos, de helicóptero, até Itaguaí, para o lançamento do terceiro submarino produzido em parceria entre os dois países. A embarcação será inaugurada pela primeira-dama Janja Lula da Silva.

Eixo econômico
No mesmo dia, Lula voltará para Brasília e Macron viajará para São Paulo. Ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin, o líder francês participará de uma reunião com empresários dos dois países.

Da parte do Brasil, além de atrair mais investimentos franceses, um dos grandes objetivos é aumentar as exportações brasileiras para a França. Ano passado, a balança de comércio bilateral registrou um déficit de US$ 2,6 bilhões.

Macron fará um discurso voltado aos empresários. Em seguida, vai inaugurar o Instituto Pasteur, na USP.

À noite, o presidente da França irá a um jantar, em um restaurante cujo nome ainda não foi divulgado, com membros da comunidade francesa, artistas e grandes nomes da cultura brasileira. O teor da lista de convidados é desconhecido no momento. Após o encontro, o deslocamento de Macron – que costuma associar sua imagem a alguém que ama exercícios físicos -- será a pé.

Eixo político
Na quinta-feira, Emmanuel Macron será recebido por Lula com honras de chefe de Estado, no Palácio do Planalto. Há 30 atos em negociação e a expectativa é que os presidentes assinem em torno de 15 documentos, entre memorandos de entendimento e protocolos de intenções. Um deles é o relançamento da parceria estratégica entre Brasil e França, que foi paralisada no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A visita a Brasília se insere no eixo político, onde serão tratados assuntos bilaterais, regionais e multilaterais. A situação na Venezuela e no Haiti, as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio e o fortalecimento da extrema direita no mundo são alguns exemplos.

Um assunto delicado que deve entrar na conversa é a resistência da França em aprovar o acordo de livre comércio e União Europeia. Maria Luísa Escorel disse que, no momento, as conversas estão pausadas, mas reforçou a posição do Brasil de que quem negocia com o Mercosul não é um país, mas a União Europeia.

— Houve uma pausa nas negociações, mas os técnicos continuam se falando. Essa negociação com o Mercosul é com a Comissão Europeia, e não com países individualmente – afirmou Escorel.

Após a reunião no Palácio do Planalto — seguida pela assinatura de atos e uma declaração à imprensa — Macron será homenageado com um almoço no Itamaraty. Depois, na parte da tarde, o presidente da França visitará, no Congresso, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

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